O Presidente da Câmara Municipal de Ponta Delgada, Pedro Nascimento Cabral, defendeu, esta sexta-feira, durante a inauguração da FICSA – Feira da Indústria, Comércio e Serviços dos Açores, que a instalação do Hospital Modular, na sequência do incêndio ocorrido no Hospital Divino Espírito Santo, deve ser encarada como uma solução transitória e não definitiva.
“Faz agora um ano que tivemos um incêndio no Hospital Divino Espírito Santo. O Governo Regional contou com todo o nosso apoio na construção do Hospital Modular, como resposta a uma situação de emergência. Mas esta era uma solução transitória, que não deve, de maneira nenhuma, ser definitiva. É inadmissível que a maior ilha dos Açores, onde reside mais de metade da população do arquipélago, não tenha uma estrutura hospitalar que seja um autêntico hospital central de referência na Região Autónoma dos Açores”, afirmou.
O autarca sublinhou a necessidade de continuar a exercer pressão sobre o Governo Regional para garantir “um hospital de excelência, digno deste nome”, e defendeu uma abordagem de longo prazo para o desenvolvimento do concelho: “É preciso olhar para Ponta Delgada com uma atenção efetiva. Este é o maior concelho dos Açores e não devemos pensar somente a curto prazo. Devemos ter uma preocupação com a projeção de Ponta Delgada para a próxima década”.
Infraestruturas e mobilidade regional
Pedro Nascimento Cabral criticou a falta de investimento nas vias regionais do concelho, alertando para os efeitos negativos na mobilidade e no turismo: “Não podemos tolerar a ausência de investimento público nas nossas vias regionais. É incompreensível que se leve mais tempo a ir da nossa cidade aos Mosteiros do que de Ponta Delgada ao Nordeste”.
Sobre o Aeroporto João Paulo II, o Presidente da Câmara reforçou que a ANA – Aeroportos de Portugal “terá de fazer investimentos estruturais que garantam, no mínimo, mais uma ou duas portas de embarque”, alertando também para os problemas persistentes na política de transportes marítimos. “É importante resolvermos de uma vez por todas o atraso que se assiste na política de transportes marítimos de cargas e passageiros nos Açores, que isola Ponta Delgada das restantes ilhas, prejudicando o nosso turismo inter-ilhas”.
Apoio às empresas e incentivos ao investimento
Na sua intervenção, Pedro Nascimento Cabral endereçou uma mensagem de reconhecimento aos empresários locais, que “acrescentam valor e dinamismo à maior feira empresarial dos Açores”, afirmando que “compete aos poderes públicos criar condições favoráveis ao investimento, num relacionamento que incite a confiança dos empresários em aqui criar riqueza”.
Sublinhou ainda o impacto das medidas de desagravamento fiscal e de incentivo económico promovidas pelo município: “A nossa política de isenção de taxas, o programa Reviva, aplicado no centro da cidade e nas 24 freguesias, e os baixos impostos, permitem deixar na disponibilidade das famílias e empresas cerca de 8 milhões de euros por ano, o que atingirá um total de 32 milhões de euros no final do mandato”.
Inovação e apoio empresarial
O Presidente da autarquia destacou ainda políticas inovadoras como a criação da StartUP PDL, incubadora que capta talento e inovação no concelho, e o regime de apoio ao arrendamento comercial, que pode atingir os 500 euros mensais e até 6.000 euros anuais.
Pedro Nascimento Cabral referiu ainda que foi criado um Gabinete de Estudos Económicos e Apoio Empresarial, que acompanha e facilita o acesso dos empresários aos apoios disponíveis a nível regional, nacional e europeu, reforçando a aposta na capacitação e competitividade das empresas de Ponta Delgada.