Os Açores vão ter uma nova equipa de prevenção de comportamentos aditivos, na ilha de São Miguel, no início do junho, anunciou hoje o diretor regional da Prevenção e Combate às Dependências, Pedro Fins.
“No início deste mês teremos uma nova equipa de prevenção na ilha de São Miguel e assim teremos três equipas de prevenção a trabalhar nos Açores, porque temos de trabalhar mais a montante. Isso é uma batalha que se faz agora, já. Temos de incrementar o eixo da prevenção”, afirmou Pedro Fins.
O diretor regional falava num colóquio sobre dependências em Angra do Heroísmo, na ilha Terceira, organizado em parceria com o município.
Pedro Fins lembrou que o relatório mais recente do Instituto para os Comportamentos Aditivos e as Dependências (ICAD), sobre os comportamentos aditivos de jovens entre os 13 e os 18 anos, indica que nos Açores o consumo de álcool, drogas ilícitas e tabaco diminuiu.
No entanto, alertou que os “comportamentos aditivos estão entre os mais complexos e exigentes desafios”.
“Hoje o que está em causa não é apenas o número de consumidores, mas a diversidade das substâncias, a multiplicação de acessos, a fragilidade de redes sociais e a mudança de perfis de risco”, salientou.
Para o diretor regional, é preciso reforçar a aposta na prevenção e “capacitar os jovens a saber dizer que não”.
“As substâncias mudam e para isso temos de ter novas respostas, que saibam ouvir, chegar, cuidar e manter o acompanhamento. Nos Açores, temos vindo a cumprir esse desígnio juntamente das pessoas que estão em situação de sem abrigo, por exemplo. Em 2023, constituímos a equipa de rua, porque percebemos que esta população não vai aos cuidados de saúde, por isso a equipa desloca-se para ir ter com essas pessoas”, apontou.
Pedro Fins recordou ainda a criação de uma ‘task force’ para dar resposta ao problema, salientando que o combate às dependências é uma responsabilidade de vários setores.
“Os desafios são novos e as respostas também vão ter de ser, mas para isso precisamos de continuar a construir em conjunto, com base em ciência, com compromisso com a dignidade humana e com a certeza de que ninguém fica para trás”, frisou.
Também a vereadora da Câmara Municipal de Angra do Heroísmo Fátima Amorim defendeu que “é essencial promover o diálogo, reforçar parcerias e unir esforços entre os vários agentes que atuam neste campo, desde os serviços de saúde à ação social, às autarquias, às escolas, às forças de segurança, às IPSS [Instituições Particulares de Solidariedade Social] e à sociedade civil”.
“Se é verdade que devemos estar preparados para responder aos casos já existentes, não podemos esquecer que a prevenção continua a ser a nossa melhor ferramenta de combate às dependências”, apontou.