A esquerda radical foi varrida para a irrelevância da história, não há outra maneira de dizer isto. Obviamente, incluo Pedro Nuno Santos nos radicais – a metamorfose que lhe fizeram os especialistas do marketing não conseguiu enganar os portugueses.
Os eleitores fartaram-se dos desmandos e da excentricidade ideológica desta gente, sociologicamente desfasada da realidade cultural e dos valores prevalecentes na nossa sociedade. O respeito pelos direitos das minorias é fundamental em democracia, e até uma exigência humanista, mas isso nunca se deverá confundir com a imposição do seu modelo social e económico.
Os resultados eleitorais não deixaram dúvidas e devem ser consequentes. É aqui que se distingue a dignidade de cada um. Tirando as vitórias morais, outrora avocadas pelos comunistas, em eleições poucos ganham e muitos perdem e com diferente intensidade. Daí o destino imediato variar em razão dos números e da dimensão ética dos julgados. Fingir que nada se passou é o caminho mais óbvio e imediato por que opta a fraca gente. Dirão os derrotados ser a impossibilidade que obriga à possibilidade que sobra, maquilhando-se de valentia, quais resistentes em batalhas de papel, heróis por conta própria à frente de exércitos que já não têm.
César invocou bastas vezes a utilidade política e prática para os Açores da sua relação pessoal com PNS. Mas a impiedosa sentença das urnas atravessou-se-lhes no caminho, ditando uma insustentável irrelevância.
Com apenas um deputado eleito, em 1991, Martins Goulart saiu de cena.
Nunca aprendemos com a história…