O cabeça de lista do CHEGA pelo círculo dos Açores às eleições legislativas de 18 de maio, Francisco Lima, reuniu-se esta sexta-feira com a direção da AICOPA – Associação dos Industriais de Construção Civil e Obras Públicas dos Açores, onde foram identificadas várias dificuldades que afetam o setor e, segundo o partido, continuam sem resposta por parte do Governo Regional.
Durante o encontro, realizado com a presidente da AICOPA, Alexandra Bragança, os candidatos do CHEGA destacaram a escassez de mão-de-obra como um dos principais problemas da construção civil na Região, dificultando a resposta à crescente procura de habitação e ao desenvolvimento económico.
Francisco Lima criticou o que considera ser uma “cultura de subsídios que desincentiva o trabalho”. O candidato referiu que “há tarefas neste setor para as quais não é necessária grande formação, mas as pessoas não querem trabalhar porque recebem RSI sem fazer nada”. Acrescentou ainda que existe um novo fenómeno que apelidou de “novo RSI”, em referência ao alegado aumento de baixas médicas fraudulentas, “muitas vezes apresentadas após desentendimentos laborais ou alterações de horário”.
A burocracia associada à aprovação de projetos foi também apontada como entrave ao progresso do setor. “Sem projetos aprovados, não se lançam obras. O processo está bloqueado pela máquina do Estado, que continua lento e ineficaz”, denunciou Francisco Lima, frisando ainda que “os empresários vivem com angústia perante a possibilidade de ficarem sem obra”.
O cabeça de lista do CHEGA nos Açores acusou também o Estado de “não cumprir prazos de pagamento, prejudicando seriamente a tesouraria das empresas e provocando atrasos nas obras”.
A comitiva do CHEGA, que contou ainda com a presença do líder regional José Pacheco e dos restantes candidatos, abordou também os problemas no transporte marítimo de mercadorias, essenciais ao setor da construção. Francisco Lima reiterou acusações de “cartelização entre operadores” e denunciou a falta de contentores e ligações regulares, resultando em atrasos significativos na entrega de materiais.
“Ficámos a saber que há material de construção que fica nos portos à espera porque os operadores dizem não ter contentores ou porque as ligações são insuficientes. Isto atrasa as obras e prejudica os empresários”, afirmou.
O candidato do CHEGA defendeu a abertura de um concurso público internacional para os transportes marítimos, considerando que “as empresas atuais não investem, acumulam lucros excessivos e falham na resposta às necessidades da Região”.