O Bloco de Esquerda encerrou esta sexta-feira a sua campanha eleitoral nos Açores com uma ação de rua em Ponta Delgada que teve como objetivo sensibilizar para as desigualdades de rendimento em Portugal. Através de um jogo interativo, os candidatos demonstraram os impactos das disparidades salariais no quotidiano das pessoas, especialmente para quem aufere o salário mínimo nacional.
Pedro Amaral, cabeça de lista do Bloco pelos Açores à Assembleia da República, explicou que a iniciativa procurou mostrar que “quem tem o salário mínimo tem que fazer escolhas muito apertadas e quem tem salários mais elevados já consegue com alguma calma ter uma vida boa”. O candidato destacou que o programa do Bloco apresenta “medidas coerentes” e um plano claro de financiamento que visa uma melhor distribuição da riqueza.
“Aumentar os rendimentos, baixar o custo da habitação e garantir justiça fiscal para financiar serviços públicos de qualidade” são, segundo Pedro Amaral, as prioridades centrais para o país “mudar de vida”. Defendendo que “é a liberdade” que está em causa nestas eleições, o candidato deixou uma mensagem de solidariedade: “ninguém pode largar a mão de ninguém”.
Na sua intervenção, Pedro Amaral evocou ainda um conhecido poema de protesto contra a indiferença social, alertando para os perigos de se ignorarem as injustiças que afetam outros grupos: “Eles primeiro vieram pelos ciganos, como não sou cigano não disse nada, depois vieram pelos beneficiários do RSI, como não sou beneficiário do RSI não disse nada, depois vieram pelos imigrantes, como não sou imigrante não disse nada, depois eu fiquei aqui sozinho e não tenho ninguém para me defender”.
Também presente no encerramento da campanha, António Lima, coordenador regional do Bloco de Esquerda, reforçou o apelo ao voto no partido, sublinhando que “o voto no Bloco dá esperança a quem quer mudar as regras, para que quem trabalha consiga chegar ao fim do mês”. Acrescentou ainda que se trata de “um voto à esquerda que não servirá para viabilizar um governo de Luís Montenegro”.
Para António Lima, o Bloco é uma força política que tem provado o seu compromisso no parlamento açoriano e que agora quer levar essa mesma força “para o lado de lá do oceano, para Lisboa, para a Assembleia da República”.