O grupo EDA – Eletricidade dos Açores pretende investir 455,4 milhões de euros (ME) até 2029 na expansão de centrais geotérmicas, na produção eólica e fotovoltaica e no reforço de centrais termoelétricas, disse hoje o seu presidente.
Entre 2025 e 2029, o grupo empresarial açoriano tenciona investir 304,8 milhões de euros através da empresa EDA e 150,6 milhões de euros através da subsidiária EDA Renováveis, adiantou hoje Paulo André à agência Lusa, após ter abordado o assunto no evento Clean Energy For EU Islands – Fórum 2025, que decorre até quinta-feira em Ponta Delgada, na ilha de São Miguel.
No caso da EDA Renováveis, referiu que os investimentos contemplam a expansão da central geotérmica do Pico Vermelho, para “duplicar a potência instalada” e o reforço da potência já instalada na central geotérmica da Ribeira Grande, na ilha de São Miguel.
“Temos também previsto trabalhos a nível da produção eólica em várias ilhas. Neste momento já estão a decorrer os projetos de remodelação dos parques eólicos de Santa Maria, São Jorge e Flores, onde vamos substituir as torres antigas por torres novas de maior potência e ampliar muito a potência instalada nessas ilhas a energia eólica”, acrescentou.
Paulo André disse à Lusa que a empresa tem outros projetos em curso e pensados “ao nível da energia fotovoltaica e eólica nas restantes ilhas” açorianas.
Em relação à EDA, adiantou que o plano inclui, maioritariamente, “projetos de reforço para segurança de abastecimento ao nível das centrais termoelétricas”, para “aumentar a potência instalada em algumas centrais para garantir a segurança de abastecimento” nas nove ilhas do arquipélago, pois, atualmente, “a garantia da segurança de abastecimento é recorrendo a grupos diesel”. Estão a decorrer projetos nas ilhas do Faial e São Jorge.
“Já iniciámos o projeto para a ilha de São Miguel e, nas restantes ilhas, até 2029, vamos ter projetos de reformulação de potência nessas centrais termoelétricas”, indicou.
Ainda de acordo com o presidente da EDA, a empresa também pretende reforçar as redes e infraestruturas elétricas ao nível de subestações e novas linhas, “para melhorar a qualidade de serviço, a segurança de abastecimento e também permitir a integração de mais renováveis, tanto de investidores privados como da EDA Renováveis” nas suas redes.
Paulo André salientou que a produção de energia renovável tem sido uma prioridade “desde o início da formação da empresa”, mas o “grande veículo” para aumentar a penetração de renováveis são os sistemas de baterias, que já existem em três das nove ilhas, sendo objetivo instalar sistemas nas restantes seis.
Lembrou que a empresa tinha um projeto, que estava contemplado no Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), para instalação de baterias nas seis ilhas, mas o contrato teve que ser revogado porque os custos que o mercado estava a apresentar “estavam a ser incomportáveis” para estabelecer esses investimentos.
“Nós iniciámos o PRR em 2020, com uma comparticipação a fundos comunitários de 45% e os preços que o mercado atualmente está a oferecer iriam reduzir essa comparticipação de fundos comunitários para apenas 25%, o que é de todo impossível porque a empresa teria que suportar o restante investimento com capitais próprios”, pelo que os projetos foram reequacionados.
Esses projetos continuam no plano de investimentos, mas a empresa está à procura de fontes de financiamento comunitárias diferentes do PRR, “que permitam a sua implementação”, disse o presidente do grupo empresarial que integra a EDA e as subsidiárias EDA Renováveis, SEGMA e GLOBALEDA.
São acionistas da elétrica açoriana a Região Autónoma dos Açores (50,1%), a ESA (39,7%) e a EDP (10%), sendo que os pequenos acionistas e os emigrantes têm 0,2% do capital social.