Os candidatos do CHEGA pelo círculo eleitoral dos Açores às legislativas de 18 de maio denunciaram, este fim de semana, o estado de degradação de vários edifícios e a fragilidade dos serviços da República instalados no centro histórico de Angra do Heroísmo.
Durante uma ação de campanha nas ruas da cidade Património Mundial, a comitiva do CHEGA identificou múltiplas infraestruturas públicas devolutas ou com utilização mínima, ouvindo da parte da população expressões de “vergonha” pelo abandono visível e queixas sobre a escassez de recursos humanos em serviços como o registo predial.
Francisco Lima, cabeça-de-lista do CHEGA pelos Açores, salientou junto ao edifício da Alfândega que “há estruturas públicas em avançado estado de degradação, com utilização quase nula, que destoam do valor patrimonial e histórico da cidade”. Para o candidato, “o contraste entre os discursos dos Governos da República sobre a falta de habitação e a dinamização dos centros históricos e o abandono destes edifícios é inaceitável”.
Em resposta a esta realidade, Francisco Lima anunciou que o CHEGA irá apresentar, na Assembleia da República, uma proposta legislativa para que os edifícios da República que se encontram abandonados nos Açores sejam devolvidos à Região Autónoma. A proposta visa a sua rentabilização através da instalação de serviços públicos ou a sua alienação. “Temos um Estado que não faz nem deixa fazer”, frisou.
Além do estado do património, o CHEGA denuncia o desinvestimento nos serviços públicos da administração central. “Há tribunais, repartições de Finanças e conservatórias que tinham mais de dez funcionários e agora funcionam com três ou quatro. Alguns serviços encerraram. A República abandonou os Açores, parece que isto já não é Portugal”, afirmou Francisco Lima.
O cabeça-de-lista defendeu ainda que a voz dos Açores deve ser ouvida no Parlamento nacional, prometendo que o CHEGA irá “denunciar o que está mal e exigir que o Estado assuma as suas responsabilidades na Região”.
Para Francisco Lima, os eleitores açorianos têm agora a oportunidade de decidir entre “dar continuidade aos mesmos representantes de sempre, como Francisco César e Sérgio Ávila, ou apostar num novo rumo com o CHEGA, que pretende defender com firmeza os interesses dos Açores em Lisboa”. O candidato criticou também a Aliança Democrática, sublinhando que o seu programa eleitoral “tem apenas três parágrafos dedicados aos Açores”.