Joaquim Machado, Deputado do PSD/Açores ALRAA

A sabedoria popular é implacável, para o bem e para o mal.

Diz o ditado que não há fome que não dê em fartura. Dificilmente se poderá contrariar o provérbio, julgo, tantas são as evidências que o confirmam.Na falta de outras provas, tomemos para exemplo as manifestações de bondade e competência do líder da Oposição, debitadas a esmo e provavelmente consumidas por almas sensíveis.

Bem sei que a época é propícia a estes estados de generosidade e também que o verdadeiro artista nunca é responsável pelas suas fantasias. Torna-se, por isso, fácil prometer, mesmo quando os pergaminhos são escassos, como é o caso.

Em quinze dias, rigorosamente medidos, César maravilhou-nos com meia dúzia de soluções que nos encaminham para o céu.

Na habitação tem soluções irrepreensíveis:qual Robin dos Bosques açoriano, saca milhões à Caixa Geral de Depósitos para distribuir aos mais pobres (outrora o manejo do arco, hoje a arte da contabilidade).

Da casa ao ordenado vai a distância demais uma dádiva: para o salário mínimo, rendimento máximo. O melhor nobel da Economia cora de modéstia.Até porque a manigância não acaba aqui, vai pelo IVA adentro,num cabaz de compras que nos devolve à memória as senhas de racionamento da velha URSS.

Isso é muito? Pelo contrário. Duas semanas de promessas não se esgotam nestas migalhas de generosidade e competência. Os transportes marítimos carecemde águas mansas e a comunicação social de mais ajudas públicas (isso só é apetência pelo controlo dos media quando a iniciativa vem do governo).A lição acabou com um pacto para a educação.

Aprendam lá.

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