O PAN/Açores pediu esclarecimentos ao Governo Regional sobre a execução de medidas do partido que visam a disponibilização de produtos menstruais gratuitos na região, alegando que é necessário fomentar a literacia e desmistificar estigmas, foi hoje divulgado.
Segundo um comunicado do partido, a representação parlamentar do PAN/Açores entregou esta semana um requerimento ao Governo Regional (PSD/CDS-PP/PPM) a solicitar esclarecimentos sobre o cumprimento de medidas relativas à saúde feminina, destinadas “ao combate da pobreza menstrual”, designadamente distribuição de copos e cuecas menstruais gratuitas nas unidades de saúde, que permitem, ainda, combater a produção de resíduos.
O deputado único do partido no parlamento açoriano, Pedro Neves, disse que este “é um tema permeado por tabus na sociedade – com ideais patriarcais muito enraizados, que não afeta apenas a saúde física e mental das raparigas, jovens e mulheres, como também origina repercussões diretas na sua educação e participação ativa no mercado de trabalho”.
No seu entender, “o escasso acesso a produtos menstruais adequados pode levar a ausências escolares e profissionais, perpetuando ciclos de desigualdade, pelo que urge uma abordagem prática que fomente a literacia e desmistifique estigmas”.
Além disso, “os produtos menstruais descartáveis, de utilização única, possuem forte impacte ambiental, não só devido à utilização única dos produtos, que promove o acréscimo da produção de resíduos não reutilizáveis, como o facto de conterem plásticos e elementos tóxicos para a saúde ambiental e feminina”, lê-se na nota.
O PAN/Açores pretende obter esclarecimentos junto da tutela sobre quais as medidas implementadas para garantir a disponibilização gratuita de produtos menstruais em todas as unidades de saúde da Região, entre 2022 e 2025, bem como as unidades de saúde que se encontram a proceder à distribuição de copos e cuecas menstruais.
Pedro Neves, porta-voz regional do PAN, sustentou que “a pobreza menstrual é uma questão de saúde pública que afeta muitas mulheres, privando-as de dignidade e acesso a cuidados adequados durante o seu ciclo menstrual”.
“O acesso à saúde menstrual deve ser encarado como um direito humano inalienável, e não como uma opção, tornando-se, por isso, imperativo que sejam tomadas medidas efetivas que garantam o acesso a produtos menstruais apropriados e sustentáveis”, defendeu o deputado, citado na nota de imprensa.