No próximo dia 12 de abril o Santa Clara recebe o Sporting de Portugal. Naturalmente, muitos adeptos açorianos que até se dizem militantes do Clube de Santa Clara vão estar a torcer pelo Sporting. Esta situação não é exclusiva dos torcedores leoninos, já que o mesmo se passa com adeptos de outros clubes nacionais, e principalmente com os dos chamados clubes grandes: o Benfica e o Porto.

Agora, saindo das bancadas do Estádio de Ponta Delgada, quantas vezes não ouvimos conterrâneos nossos dizerem: o meu filho(a) vai estudar para o Continente já que a “nossa Universidade” é um Liceu de 4 estrelas — embora alguns mais generosos digam que é um Liceu de 5 estrelas. Quantas vezes estas opções por universidades exteriores e por cursos não resultam em mais-valias para os estudantes açorianos? Já que estes cursos lá fora, em comparação com os lecionados na UAc, até não têm mais qualidade, quando não são mesmo inferiores.

Passando agora para as acessibilidades exteriores, também já ouvi com estes ouvidos que Deus me deu: “eu só viajo na TAP porque a SATA não me inspira confiança!”. Mas também não é raro ouvir e ver conterrâneos nossos afirmarem: “quando vou às compras só compro produtos do exterior porque são mais baratos e até melhores”. Isto passa-se com o leite e, pasme-se, até com o peixe. E existem os que apanham um avião para irem ao Continente exclusivamente para fazerem compras, em prejuízo do comércio local.

Certamente, que uma das características mais importantes da Democracia é o “direito de escolha”, mas também é legítimo questionar: quem suporta estas escolhas? Quem as paga?

A Autonomia, apesar de tudo e com os seus defeitos — tal como a Democracia — tem ainda as melhores soluções para o Povo. Mas não são isentas de custos e até imperfeições! Logo, quando fizer opções, pense nos efeitos multiplicadores que a sua decisão acarretará, inclusivamente para a defesa do seu posto de trabalho e o do seu vizinho, incluindo para a sua legítima expetativa de melhor qualidade de vida.

Naturalmente, que todas as regras têm exceções. É tudo uma questão de ponderação e bom senso.

Em síntese, o que aqui se escreveu não pode ser confundido com autarcia.

 

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