O presidente do Governo Regional dos Açores (PSD/CDS/PPM) defendeu hoje que a Política de Coesão da União Europeia deve financiar a reabilitação, redimensionamento e reorganização das infraestruturas existentes, não se limitando a apoiar novas construções.

“A modernização das existências não é apenas uma opção técnica, é uma atitude estratégica que garante boa gestão dos recursos públicos e prepara melhor as regiões para os desafios futuros”, afirmou o chefe do executivo açoriano, José Manuel Bolieiro, citado em comunicado de imprensa.

O presidente do Governo Regional dos Açores reuniu-se hoje com o vice-presidente da Comissão Europeia e Comissário para a Coesão e Reformas, Raffaele Fitto, no âmbito da XXIX Conferência dos Presidentes das Regiões Ultraperiféricas, que decorre na ilha da Reunião, departamento francês no oceano Índico.

Para José Manuel Bolieiro, o apoio à reabilitação das infraestruturas já existentes, no âmbito da Política de Coesão, permitiria um reaproveitamento inteligente de investimentos passados, assegurando maior longevidade, funcionalidade e sustentabilidade ao património público.

“Temos de deixar de pensar apenas no investimento inaugural e começar a planear para o futuro. É isso que assegura bons investimentos, menos despesa pública e mais resiliência para enfrentar os desafios climáticos”, defendeu.

O chefe do executivo alertou para as especificidades das regiões insulares e para as exigências impostas pelas alterações climáticas, alegando que os fenómenos meteorológicos extremos obrigam, frequentemente, à reconstrução de infraestruturas danificadas, o que exige uma solidariedade acrescida da União Europeia.

“Estamos habituados a fazer e a refazer. Mas é essencial que cada reconstrução seja também uma oportunidade de reforço e modernização. Precisamos de investir não apenas no novo, mas na valorização do que já existe, com visão estratégica e racionalidade de recursos”, reforçou.

Na reunião com o Comissário para a Coesão e Reformas, José Manuel Bolieiro destacou o papel dos Açores como um ativo essencial em matéria de segurança, defesa, ciência e monitorização climática.

“Os Açores acrescentam dimensão a Portugal e à União Europeia, não apenas pelo seu posicionamento estratégico no Atlântico, mas também pelo seu contributo para a segurança e defesa no espaço europeu”, vincou.

O chefe do executivo açoriano sublinhou ainda o papel do arquipélago na economia azul, apontando-o como exemplo de liderança no setor e como território ideal para projetos-piloto e estudos de inovação.

Lembrou também os avanços tecnológicos da região em matéria de vigilância meteorológica, dando como exemplo a instalação de três radares de última geração na região.

 

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