O presidente do Governo Regional dos Açores disse hoje que sente um “enorme orgulho” pelo pioneirismo e pelas ações-piloto relacionadas com a reserva das áreas marinhas protegidas e criticou o “drama de alguns” sobre o assunto.
“Eu sinto um enorme orgulho pelo pioneirismo, pelas ações-piloto. Podermos, por exemplo, no que diz respeito a salvar o nosso mar, os oceanos – que são o principal capturante de carbono no planeta -, de desenvolvermos, e cumprindo por antecipação no prazo, a reserva das áreas marinhas protegidas até 30%”, afirmou José Manuel Bolieiro, na Lagoa, ilha de São Miguel, na sessão de encerramento do evento “Cartilha de Sustentabilidade dos Açores”, promovida pelo executivo açoriano.
O líder do governo de coligação PSD/CDS-PP/PPM sublinhou que a reserva das áreas marinhas protegidas nos Açores é de 30%, mas, para alguns, sem especificar, “parece um caos”.
“Setenta por cento [da área marítima] fica sem proteção e, agora, parece haver o drama de alguns, os que querem exaurir os recursos, de que, atenção à limitação, porque estamos a preservar 30%, cumprindo por antecipação o calendário das Nações Unidas”, afirmou.
Na sua intervenção, Bolieiro deu conta da “desilusão pela falta de inteligência na compreensão entre a competitividade, o desenvolvimento, o crescimento, e estes princípios de sustentabilidade e de preservação dos recursos”.
Aproveitou ainda para referir que deve existir respeito pela “solidariedade intergeracional e inteligência na compatibilização entre a competitividade, o crescimento económico e a sustentabilidade”.
Na opinião do governante, é possível, “com inteligência, compatibilizar sustentabilidade com competitividade e crescimento económico, nesta relação dos vários blocos da geografia do planeta, na economia produtiva, na economia do enriquecimento”.
“Como é que se pode considerar, com inteligência, que exaurir os recursos da natureza essenciais para o progresso significa desenvolver, significa ser competitivo? É falso. E, por isso, o meu apelo é à nossa inteligência coletiva”, disse.
E concluiu: “É possível culturalmente termos influência – e nos Açores estamos a ter, e as nossas políticas estratégicas são este sinal -, de apoiar na inteligência, o entendimento desta compatibilização entre os objetivos de desenvolvimento sustentável em cada economia local, na economia global, com o desafio dos grandes grupos da geografia económica do mundo e do planeta, com a competitividade, com a produtividade e o crescimento económicos”.
Os Açores são o primeiro arquipélago do mundo certificado como destino turístico sustentável pela entidade EarthCheck, seguindo os critérios do Conselho Global de Turismo Sustentável.
O presidente do Governo dos Açores, acompanhado pela secretária regional do Turismo, Mobilidade e Infraestruturas, Berta Cabral, participou hoje no evento “Cartilha de Sustentabilidade dos Açores”, que reuniu diversas entidades e parceiros para discutir os avanços e desafios na sustentabilidade do arquipélago.
No evento foram também conhecidos os vencedores da 1.ª edição do Prémio Regional da Sustentabilidade, lançada em novembro de 2024, com o objetivo de distinguir projetos e boas práticas que promovam um impacto positivo nos Açores e na Agenda 2030 das Nações Unidas.
Candidataram-se 13 entidades (associações, micro e pequenas empresas e médias e grandes empresas) das ilhas de São Miguel, Pico e São Jorge, tendo sido contempladas cinco com prémios de liderança, governança e cooperação.