A Federação das Pescas dos Açores apelou hoje para que se encontrem soluções para os problemas do setor e se deixe de “politizar as pescas”, criticando a postura “autoritária” do PPM devido à gestão das quotas.
“A Federação das Pescas dos Açores tem vindo a sugerir ao Governo Regional medidas de gestão em várias espécies com o objetivo de pescar menos e aumentar o rendimento, por isso deixem de politizar as pescas”, lê-se numa nota de imprensa.
A federação representativa dos pescadores açorianos lembra que está ao serviço do “interesse coletivo do setor” e acusa o deputado do PPM/Açores, Paulo Margato, de “colocar pescadores contra pescadores”.
“Não se entende como alguém como o senhor deputado Paulo Margato, do PPM, de forma autoritária, e até ameaçadora e não em termos ou expressões de diálogo, ouvindo as partes, como em nosso entender deveria ter acontecido, assuma uma postura que classificamos de incorreta e inadequada, exibida através da comunicação social”, atira a federação.
Na segunda-feira, o deputado do PPM no parlamento dos Açores defendeu que o modelo de distribuição de quotas, mantido pela Federação das Pescas dos Açores, “não pode continuar nem mais um dia” por prejudicar pescadores das ilhas mais pequenas.
A Federação das Pescas refere que, no caso do goraz, o modelo das quotas foi do “conhecimento geral das associações”, tendo sido “previamente discutido e analisado pelos representantes do setor”.
“Por falta de conhecimento ou ignorância, algumas pessoas não têm perceção do que é uma Federação e os seus objetivos. Rememoramos que a Federação das Pescas dos Açores e as suas associações associadas nos últimos anos conseguiram aumentar os rendimentos”, sublinham.
A organização insta a classe política a “arranjar mecanismos financeiros para que o setor possa desempenhar o seu papel na economia” e a “encontrar soluções para acabar com os rateios”.
“Preocupem-se em encontrar soluções para a contagem dos dias para a segurança social, em vez de andarem a semear a discórdia”, reforça a federação.
O PPM, partido que integra o Governo dos Açores (PSD/CDS-PP/PPM), considerou que a Federação das Pescas dos Açores “não representa todos os pescadores açorianos” e exigiu desta uma “atitude proativa imediata”, apontando que a injustiça “fica ainda mais evidente quando se olha para o caso do goraz”.