O secretário das Finanças do Governo dos Açores acusou hoje o PS de radicalismo e de ter deixado “buracos” nas finanças da região, defendendo que as privatizações anunciadas pelo executivo servem para dar “impulso” à economia privada.
“O que começa a ficar insustentável é o PREC do PS. O PS está num processo de radicalização em curso (…). O que nós pretendemos, no caso concreto do novo impulso das privatizações, é dar lugar à iniciativa privada relativamente àquilo em que tem apetência”, afirmou Duarte Freitas aos jornalistas.
O secretário das Finanças, Planeamento e Administração Pública falava à margem de uma reunião com o Banco de Fomento, em Ponta Delgada, após ter sido questionado pelas críticas do PS/Açores ao plano de privatizações anunciado pelo executivo açoriano (PSD/CDS-PP/PPM).
No domingo, o líder dos socialistas açorianos manifestou-se contra privatizações de empresas públicas na região para “pagar buracos” e favorecer grupos económicos que procuram ser “dominantes no mercado”.
Na reação, Duarte Freitas criticou a “herança” deixada pelo PS, que governou a região de 1996 a 2020, afirmando que “só na saúde foram mil milhões de euros de buraco” financeiro.
“Se fosse para pagar buracos já tinham sido feitas [as privatizações], porque os buracos nós herdamos das governações socialistas”, reforçou o governante.
O secretário regional acusou o maior partido da oposição de defender o “coletivismo” e ter um “discurso exatamente igual” ao do BE, enaltecendo os indicadores económicos e sociais da região, como a “maior população empregada da história” e a redução da taxa de abandono precoce de educação.
“Este novo perfil da economia dos Açores depende cada vez menos do Orçamento regional e cada vez mais da dinâmica do tecido empresarial. É isso que nos deixa extremamente satisfeitos e é isso que não agrada ao PS e ao BE”, insistiu.
No domingo, o presidente do PS/Açores, Francisco César, acusou o Governo Regional de querer privatizar empresas públicas para “conseguir ter algum dinheirinho para pagar os buracos nas contas” e para privilegiar um “conjunto de grupos económicos” que pretendem ser “dominantes a nível do mercado”.
O Governo dos Açores anunciou em 12 de março que encomendou um estudo sobre a melhor forma de privatizar várias entidades públicas, como o Teatro Micaelense, a Atlânticoline, o IROA, o IAMA, a Portos dos Açores ou a Lotaçor.