O presidente do Governo Regional dos Açores defendeu hoje que a região “tem ainda muito potencial” para crescer na procura turística, com o aumento da qualidade da oferta e com a defesa da sustentabilidade, rejeitando ter como base a contenção.
“Temos ainda muito potencial para crescer em termos de quantidade, mas temos tido um crescimento consistente e, sobretudo, qualitativo”, afirmou José Manuel Bolieiro (PSD), no âmbito de uma visita ao ‘stand’ dos Açores na BTL – Better Tourism Lisbon, a maior feira de turismo do país, que decorre em Lisboa, entre hoje e domingo.
Destacando a consistência das políticas públicas estratégicas no desenvolvimento dos Açores, o presidente do executivo açoriano disse que o negócio turístico na região tem aumentado quantitativamente, com o crescimento do número de turistas, e tem crescido na qualidade, com o reconhecimento da marca Açores, em que se inclui a certificação de produtos e serviços disponibilizados, desde logo os produtos agroalimentares de denominação de origem protegida (DOP) e de indicação geográfica protegida (IGP).
“Na cadeia de valor do negócio turístico, nós temos potenciado mais a qualidade, a excelência, a marca Açores, a certificação dos nossos produtos e das nossas atividades e, depois, o valor acrescentado, através de rendimento para todos os operadores”, indicou José Manuel Bolieiro, referindo que o cartão de identidade histórica da região é a sustentabilidade, com o reconhecimento dos Açores como destino turístico sustentável.
Apesar de reconhecer que o turismo é um impulso para o desenvolvimento da atividade económica da região, o presidente do Governo Regional dos Açores ressalvou: “Não vivemos nem dependemos do turismo, no sentido em que deixamos cair a nossa economia produtiva, a nossa economia de transformação do produto. Agora que o turismo e a atividade turística alavanca tudo isto, isso é notório e tem potenciado a nossa a economia”.
A este propósito, o social-democrata destacou os recordes alcançados quanto à população empregada, menor taxa de desemprego de sempre, confiança do empreendedorismo e do investimento em toda a economia, afirmando que a região mantém uma autonomia alimentar, quer no domínio do agroalimentar, quer do marítimo alimentar, e potencia a transformação da matéria-prima em produtos de valor acrescentado, criando uma cadeia de valores “muito robusta no rendimento”.
O governante destacou ainda a diminuição fiscal para assegurar a competitividade da economia.
“Não vejo a defesa da sustentabilidade com base na contenção, mas sim na estratégia. Portanto, não colocaria a questão da taxa turística como o alfa e o ómega da sustentabilidade. Pelo contrário, é o que tem menos valor nesse contexto”, indicou Bolieiro, reiterando que é contra a aplicação, “nesta fase”, da taxa turística na região, apesar de a mesma estar em vigor, por decisão municipal, nos seis municípios da ilha de São Miguel.
No âmbito da sustentabilidade, o presidente do executivo regional valorizou a decisão política e estratégica de criação da rede das áreas marinhas protegidas, para proteção do mar nos Açores, em linha com os objetivos de desenvolvimento sustentável das Nações Unidas e da União Europeia.
Sobre a presença da região nesta feira de turismo em Lisboa, o governante açoriano enalteceu a presença do empreendedorismo privado e dos agentes das políticas estratégicas públicas dos territórios do arquipélago: “A BTL ajuda a demonstrar não apenas o que queremos ser, mas já o que somos. Somos marca Açores”.
Quanto ao investimento no expositor Açores na BTL, o presidente do Governo Regional disse que “é robusto, mas tem retorno” nas perspetivas de geração de negócio e de exibição da notabilidade da região, desvalorizando a possibilidade de ser o espaço mais caro da feira e afirmando que a preocupação é que seja “o mais bonito, o mais capaz de gerar atração e curiosidade”.
Sobre a apresentação na BTL da 1.ª bio-região dos Açores, que inclui as ilhas açorianas de São Jorge, Pico e Faial, o governante adiantou apenas que essa classificação “garante prestígio pela qualidade ambiental”, sem adiantar quais as medidas a implementar para que agricultores, cidadãos, operadores turísticos, associações e poder local “estabelecem uma parceria para a gestão sustentável dos recursos locais, dando centralidade à produção e consumo alimentar de base biológica e agro-ecológica.