O navio de investigação científica dos Açores constitui uma plataforma científica de “excelência” que permitirá atingir “uma investigação de topo” geradora de valor acrescentado no Cluster do Mar, destaca o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).

O navio de investigação oceanográfica ‘NI AZORES OCEAN’, financiado pelo Plano de Recuperação e Resiliência, está orçado num montante de 25,8 milhões de euros (19,8 milhões para o navio e seis milhões de euros para os módulos científicos).

Com 45,95 metros de comprimento e 10,5 metros de boca, o navio foi lançado ao mar a 18 de dezembro de 2024 na cidade espanhola de Vigo, onde estão a ser finalizados os acabamentos e instalação de equipamentos, algo que o governo açoriano estima que suceda entre o fim de 2025 e início de 2026.

Numa nota publicada na sua página oficial, o IPMA assinala ser uma plataforma científica de “excelência”, cuja entrada em funcionamento “está prevista para 01 de janeiro de 2026”, a partir da Região Autónoma dos Açores, mas que estará disponível para “colaborar em projetos de interesse regional e nacional”.

O IPMA realça as potencialidades operacionais do projeto que vai garantir “um planeamento operacional acima dos 200 dias por ano” e com uma guarnição técnica para atingir uma capacidade de “investigação científica de topo” e multidisciplinar em todos os segmentos no âmbito da economia azul.

Ainda segundo o instituto, esta será uma plataforma “altamente versátil e polivalente”.

Terá “excelentes” condições de operação para missões de apoio à aquicultura, trabalhos em cabos submarinos, campanhas de mergulho, apoio no âmbito das energias renováveis, levantamentos hidrográficos de alta resolução, missões de biologia pesqueira, entre outras possibilidades.

O IPMA refere também que este novo projeto, encetado pelo Governo dos Açores, é “desafiante e ambicioso” e “reforçará muito as capacidades científicas instaladas”.

“Será disponibilizada uma plataforma diferenciada, e potencialmente geradora de valor acrescentado no âmbito do Cluster do Mar, a parceiros nacionais e internacionais, com prioridade para o mar dos Açores e de Portugal”, lê-se ainda na nota.

Em dezembro, quando o navio de investigação foi lançado ao mar, o presidente do executivo açoriano, José Manuel Bolieiro, disse esperar que possa ser um “ativo para o país”.

“Sinto aqui uma açorianidade imensa através desta ‘botadura’ do nosso Azores Ocean, que agora entra em água e será o nosso navio científico que muito servirá Portugal inteiro e dimensionará os Açores como relevante na ciência e na investigação marinha”, sustentou o chefe do executivo regional (PSD/CDS-PP/PPM).

Juntamente com o futuro centro de investigação Tecnopolo – Martec, a ser construído na cidade da Horta, na ilha do Faial, o novo navio pretende alcançar “novas oportunidades de investigação científica e desenvolvimento nas áreas das pescas, da biotecnologia ou das engenharias marinhas”, de acordo com o executivo açoriano.

 

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