O PAN/Açores condenou hoje a concessão de um apoio financeiro de 30 mil euros, pelo Governo Regional, para a construção de um canil para albergar animais de caça, enquanto o executivo ignora o “colapso financeiro das associações de animais”.
Em causa, segundo uma nota de imprensa do PAN, está o anúncio, publicado em Jornal Oficial na terça-feira, de um apoio ao Clube Cinegético e Cinófilo da Praia da Vitória, “ao mesmo tempo que se assiste ao ininterrupto estrangulamento financeiro em que as associações de proteção animal permanecem”.
Para o partido, a concessão desta verba “privilegia uma atividade altamente controversa e questionável do ponto de vista ético, sem prejuízo de constituir uma benesse a entidades privadas, com financiamento próprio”, em detrimento de associações sem fins lucrativos que “lutam, diariamente, pela sua sobrevivência”.
Em fevereiro o PAN enviou um requerimento ao Governo dos Açores (PSD/CDS-PP/PPM) em que questionava o motivo de atrasos na atribuição de orçamento à Provedoria Regional do Animal e no pagamento de apoios às associações de proteção animal, que “continuam a aguardar a tranche referente ao último trimestre de 2024”.
“Às associações de animais, que promovem o bem-estar animal, cabem tostões, enquanto às entidades que violam de forma grosseira o bem-estar animal são dados milhões”, afirmou o deputado único do PAN no parlamento açoriano, Pedro Neves, citado na nota.
O partido lamentou que as associações sejam “deixadas à deriva com avultadas dívidas que crescem dia após dia, com repercussões nos cuidados prestados aos animais que acolhem e protegem”, e sublinhou que estes animais são muitas vezes vítimas de abandono e maus-tratos, inclusive no âmbito da atividade cinegética.
“O senhor secretário regional [da Agricultura] tem-nos presenteado com um festim de incentivos a práticas arcaicas e cruéis de setores que perpetuam a exploração animal para entretenimento e regozijo pessoal de poucos. Não admitimos que isto aconteça, sobretudo quando quem luta incansavelmente pelo verdadeiro bem-estar animal se vê, diariamente, com a corda ao pescoço, como as associações de proteção animal”, criticou Pedro Neves.