O líder do CDS-PP/Açores, Artur Lima, que se candidata a um novo mandato, defende que a coligação com PSD e PPM na região deve ter continuidade, mas garante que o partido não tem medo de ir a eleições sozinho.
“Quanto à continuação da coligação, a minha opinião é que sim, deve haver. Presumo que isso também já terá sido dito pelo dr. Bolieiro, agora, obviamente, não depende só de nós, depende dos órgãos próprios do partido e nós logo decidiremos o futuro”, afirmou, em declarações à Lusa.
O CDS-PP/Açores reúne-se em congresso regional nos dias 22 e 23 de fevereiro, na ilha Terceira, para eleger novos órgãos e Artur Lima, que lidera o partido desde 2007, é o único candidato à presidência.
Em 2020, o PS venceu as eleições legislativas nos Açores, mas perdeu a maioria absoluta e PSD, CDS-PP e PPM formaram uma coligação pós-eleitoral, formando um governo com o apoio parlamentar de Chega e IL.
O acordo assinado entre PSD, CDS-PP e PPM previa o compromisso de manter a coligação nas eleições legislativas regionais seguintes, o que aconteceu em fevereiro de 2024, em que os três partidos concorreram coligados e venceram as eleições, ainda que sem maioria absoluta.
Não há ainda uma decisão tomada sobre o que acontecerá depois de terminado este mandato, mas o líder do CDS-PP/Açores faz um balanço positivo da governação em coligação.
“Espero a opinião dos órgãos do partido. Não depende só de mim essa posição de ir ou não. O que posso dizer é que eu, Artur Lima, líder do CDS, faço uma apreciação muito positiva da liderança do PSD e sobretudo faço uma avaliação muito positiva do contributo que o CDS deu para o Governo dos Açores e para o equilíbrio político”, apontou.
O dirigente centrista elogiou a liderança, na coligação e no Governo Regional, do presidente do PSD/Açores, José Manuel Bolieiro, de quem disse ser, “em primeiro lugar, amigo”.
“Julgo que os açorianos fazem uma apreciação positiva da nossa governação e isso para mim é motivador para ponderarmos no futuro uma coligação. Não estou a abrir ou a fechar a porta, estou a dizer que pondero esse cenário, porque até ao momento os açorianos fazem uma apreciação positiva da nossa governação multipartidária, plural e diferente, em que cada um respeita a identidade de cada um e a opinião de cada um, pese embora a coesão e a união em volta da liderança do presidente Bolieiro”, salientou.
Ainda assim, Artur Lima assegurou que o CDS-PP/Açores está “coeso e forte” e não teme ir a eleições sozinho.
“O CDS tem valores próprios, a sua identidade e nunca temos medo de ir sozinhos a eleições, porque sempre fomos e sempre sobrevivemos. Estamos abertos a qualquer cenário que possa existir”, disse.
Quanto às eleições autárquicas, que se realizam em 2025, o CDS-PP nos Açores deverá concorrer em algumas autarquias sozinho e noutras em coligação.
“Não é impossível ganhar mais uma câmara. Seria o ideal ganharmos mais uma, só ou em coligação, mas com a liderança do CDS. De qualquer modo, se mantivermos a nossa câmara [municipal] de Velas, as juntas [de freguesia] que temos e crescermos em número de autarcas esse é o nosso desejo”, adiantou o líder regional centrista.