O líder do PS/Açores comprometeu-se hoje a estudar a viabilidade de uma nova abordagem para as Obrigações de Serviço Público (OSP) marítimo nas ligações entre o continente português e a região, atendendo a problemas no abastecimento.

No final de uma reunião com a Câmara do Comércio e Indústria da Horta, na ilha do Faial, Francisco César disse aos jornalistas que esta é uma proposta que pretende “trabalhar junto do Partido Socialista a nível nacional”.

“Nós, neste momento, assistimos pela região inteira a dificuldades de abastecimento, não só ao Faial, ao Pico, mas também até às ilhas mais pequenas como a Graciosa ou as Flores, mas também a São Miguel e à Terceira, onde tem havido problemas do ponto de vista do abastecimento. Não é a primeira nem a última vez que nós temos visto prateleiras de supermercado vazias em todas as nossas ilhas”, afirmou.

O dirigente socialista considera que “é preciso agir de uma forma descomplexada e tomar decisões”.

“Ora, se no passado isto não acontecia desta maneira, porque começa a acontecer agora de uma forma mais recorrente e que ultrapassa, muitas vezes, as questões das intempéries naturais?”, questionou.

O líder do PS/Açores também considerou que o Governo Regional (PSD/CDS-PP/PPM) deve ser “uma força” que facilite e ajude as empresas na produção de riqueza e pediu que “não haja desperdícios” no aproveitamento de fundos comunitários.

“O Governo Regional deve constituir-se como uma força que facilita, que ajuda, que trabalha no sentido de ajudar as empresas a produzirem mais e a terem melhores condições para produzirem riqueza”, afirmou.

O executivo de coligação “deve trabalhar no sentido de diminuir a sua burocracia, eliminar todas aquelas taxas e pequenos impostos que não são necessários, ao mesmo tempo que se transforma em parceiro” dos empresários.

Como exemplo, o socialista referiu a questão da mão-de-obra – um “grave problema” dos Açores – e referiu que o Governo Regional tem várias entidades que “se podem constituir enquanto grupo que trabalha com as Câmaras do Comércio, no sentido de identificar quais são as necessidades de trabalho” para recrutar trabalhadores, seja na região, no continente ou no estrangeiro.

“O Governo Regional deve partir exatamente desse proposto de que está para ajudar e não para dificultar”, vincou.

Outra preocupação manifestada por Francisco César está relacionada com os fundos comunitários.

“Nós nunca recebemos tanto valor do ponto de vista de fundos comunitários, desde o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) ao novo programa Operacional 2030. Aquilo que nós exigimos é que não haja desperdícios, ou seja, que não fiquem verbas por executar”, disse.

Na sua opinião, “tem que haver previsibilidade e planificação” em relação ao PRR e o programa Operacional “tem que arrancar o mais rapidamente possível porque, senão, os empresários têm uma expectativa de investimento e estão sucessivamente a adiar os seus investimentos, porque o novo programa Operacional não está disponível”.

 

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