O coordenador nos Açores do BE, António Lima, considerou hoje que as “polémicas” em torno do Bloco se referem a uma “situação normal” em todos os partidos e afirmou que vai apoiar a recandidatura de Mariana Mortágua à liderança do partido.

“As polémicas têm existido com base, em grande parte, em informações que não estão corretas. Onde há questões que são verdade, nós assumimos alguns erros, mas também, como é óbvio, dizemos que aquilo que está aqui em causa foi uma situação em que contratos que são temporários, por natureza comissões de serviço, foram terminados perante uma situação de perda muito forte de mandatos, e é uma situação normal na vida de todos os partidos”, afirmou o dirigente.

António Lima falava em Ponta Delgada, aos jornalistas, numa conferência de imprensa agendada para abordar a situação da saúde no arquipélago.

O líder do BE/Açores disse que Catarina Martins, anterior líder do partido, foi admitida com vencimento no partido “anos depois, durante um processo eleitoral”, e reafirmou “total confiança na liderança de Mariana Mortágua, na moção que apresenta” e de que é um dos subscritores.

A coordenadora do BE, Mariana Mortágua, é a primeira promotora da moção de orientação “Um Bloco para virar o jogo” e vai recandidatar-se à liderança do partido na Convenção Nacional marcada para 31 de maio e 01 de junho, em Lisboa.

A recandidatura ocorre num contexto conturbado para o partido, o mais difícil desde que Mariana Mortágua assumiu a coordenação bloquista, devido à polémica sobre os despedimentos no BE, entre 2022 e 2024, que incluem duas mulheres que tinham sido mães recentemente.

O tema não é referido de forma direta no texto da moção, com apenas uma alusão à necessidade de o BE ter uma “cultura organizativa” que deve ser “constituída por procedimentos claros, por dedicação que resista a flutuações conjunturais, por canais próprios de articulação e comunicação interna”.

Na conferência de imprensa, António Lima afirmou que se exigem “explicações quanto aos documentos técnicos que sustentam a decisão por parte do Governo Regional” para avançar com a criação de um hospital modular na sequência do incêndio registado no Hospital do Divino Espírito Santo (HDES), em Ponta Delgada, na sequência do incêndio de 04 de maio de 2024.

O partido vai requerer cópia dos relatórios produzidos pelo Serviço de Instalações e Equipamentos do HDES desde 04 de maio, nas suas versões preliminares e finais que foram

O BE quer também cópias dos relatórios das análises realizadas pela empresa Stech Comply à qualidade do ar nas seis salas do bloco operatório após a substituição dos filtros das unidades de tratamento do ar, em agosto de 2024.

Vai ser ainda pedido acesso a “todos os documentos técnicos que contribuíram para a tomada de decisão”, bem como a publicação dos relatórios em falta do sistema integrado de gestão de inscritos para cirurgia.

A partir de quarta-feira, o Hospital de Ponta Delgada, em São Miguel, volta a prestar todos os cuidados de saúde, com a entrada em funcionamento do hospital modular, anunciou o Governo Regional, sublinhando que este equipamento construído na sequência do incêndio permite que os cuidados de saúde sejam prestados dentro do perímetro da unidade de saúde.

O incêndio de 04 de maio no Mário hospital dos Açores obrigou a deslocalizar serviços e doentes do HDES para outras unidades de saúde na região, para a Madeira e para o continente. O hospital modular foi instalado para garantir a transição até à requalificação estrutural do hospital.

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