O líder do PS/Açores aconselhou hoje os eleitores a estarem “mais atentos” nas escolhas que fazem no momento da votação, ao comentar o caso do deputado Miguel Arruda, suspeito de furto de malas em aeroportos.
Francisco César, questionado pelos jornalistas, disse que não vê por que o caso do deputado, agora independente, ex-Chega, possa “melindrar a reputação dos deputados à Assembleia da República”, mas sim de “quem alegadamente possa ter cometido um crime”.
O dirigente falava em Ponta Delgada, após uma visita a uma instituição que trabalha em saúde mental.
Segundo o dirigente do maior partido da oposição, que também é deputado na Assembleia da República, os eleitores devem estar mais atentos “às escolhas que se fazem no momento em que se deposita o voto em urna”.
“Geralmente, aqueles que são mais vocais, que têm um discurso muito exacerbado contra tudo e contra todos no sentido da moralidade e purificação do sistema político, às vezes são aqueles que menos cumprem exatamente aquilo que propõem”, afirmou Francisco César.
Questionado sobre estava a falar sobre a extrema-esquerda e extrema-direita, o dirigente disse que não conhece nenhum deputado dos Açores da extrema-esquerda, mas acabou por incluir estes últimos na sua leitura.
“Se quiser interpretar assim; todos aqueles que geralmente falam da purificação, da moralização da vida pública, naturalmente que sim”, disse.
Francisco César afirmou, por outro lado, que subscreve “totalmente as declarações de Pedro Nuno Santos” na sua recente entrevista ao Expresso, sobre migrações.
O dirigente socialista açoriano, que se coloca ao lado do líder do partido face às críticas internas no PS, disse que a opinião de Pedro Nuno Santos “foi feita com base em pareceres técnicos, após muitas conversas, porque há um problema para resolver”.
O líder do PS/Açores referiu que “não se pode ter um sistema que não sabe acolher as pessoas, que não dá as respostas necessárias e que permite que estas sejam exploradas no âmbito do seu trabalho”, ou que “não tenham condições para cá estar, e até estarem incluídas em redes de tráfico”.
Entretanto, o presidente do PS, Carlos César, considerou na segunda-feira que o líder socialista foi corajoso na questão da imigração e recolocou o partido do lado da solução, defendendo que não houve qualquer condenação em relação ao passado.
Em entrevista ao programa Crossfire, da CNN, Carlos César foi questionado sobre a posição de Pedro Nuno Santos, que lhe valeu críticas, inclusivamente de dentro do PS, ao admitir não se fez tudo bem nos últimos anos quanto à imigração, anunciando que vai apresentar uma solução legislativa que permita regularizar imigrantes que estão a trabalhar, mas recusando recuperar a manifestação de interesses.