O concurso para a estabilização do talude na estrada fechada há um ano na ilha Terceira, nos Açores, recebeu três propostas e a obra deverá arrancar nos próximos meses, disse hoje a secretária regional das Infraestruturas.
“Temos três propostas, agora o júri vai avaliar estas propostas. Estou confiante de que entre três propostas, alguma irá certamente corresponder ao caderno de encargos e nos vai resolver o problema do Raminho definitivamente”, afirmou a secretária regional do Turismo, Mobilidade e Infraestruturas, Berta Cabral.
Desde 14 de janeiro de 2024 que a estrada principal entre as freguesias da Serreta e Raminho, no concelho de Angra do Heroísmo, está encerrada, devido a uma derrocada provocada por um sismo de 4,5 na escala de Richter, inserido na crise sismovulcânica em curso na ilha Terceira desde junho de 2022.
Questionada pelos jornalistas, na véspera de passar um ano do incidente, Berta Cabral sublinhou que o executivo não ficou um ano sem fazer nada.
“Quando se diz que passou um ano, parece que num ano não se fez nada. Num ano já se fez muito, desde logo já houve intervenções, foram lançados vários concursos, que ficaram desertos. Houve um ajuste direto. Já se fez a limpeza de grande parte dos taludes”, enumerou.
A governante ressalvou que depois da limpeza foi possível “perceber por parte do Laboratório Regional de Engenharia Civil (LREC) que intervenção deveria haver” e foi lançado um novo concurso público, cujo prazo de entrega de propostas terminou na sexta-feira.
É preciso ainda aguardar pelos trâmites legais, mas Berta Cabral disse esperar que a obra arranque “dentro de dois a três meses”.
“Penso que vamos ter uma empreitada a decorrer em muito pouco tempo. Claro que agora faz-se a apreciação dos projetos, depois é o relatório do júri, depois faz-se o contrato, tem de ir para o Tribunal de Contas. Isto tem os seus tempos. Não é amanhã, eu gostava que fosse, mas não é amanhã”, apontou.
Lançado em 17 de dezembro, o novo concurso público tem um preço base de 2,4 milhões de euros e um prazo de execução de 180 dias.
O Governo Regional tinha lançado, em 26 de julho, um concurso para a conceção e construção da reabilitação do talude, que apresentava “sinais de instabilidade”, por um valor base de 4 milhões de euros.
Em dezembro, o executivo revelou que o concurso só tinha tido uma proposta “que ficou acima do preço base e, por isso, teve de ser excluída”.
Entretanto, está a decorrer uma obra de asfaltagem de um caminho florestal alternativo, orçada em 400 mil euros, que o Governo Regional prevê estar concluída em março.
O atraso na reabertura da estrada principal entre Raminho e Serreta já motivou críticas de partidos políticos, autarquias e empresários e do Conselho de Ilha da Terceira.
Em dezembro, o parlamento açoriano aprovou, por unanimidade, um projeto de resolução do Chega que recomendava ao Governo Regional uma solução para reabrir aquela estrada.