O Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil (SPAC) destacou hoje o diálogo com o Governo dos Açores e a administração da SATA para “esforços conjuntos” que assegurem o “futuro sustentável” da companhia e a valorização dos trabalhadores.
“O SPAC valoriza estas reuniões com o Governo Regional e com a Administração da SATA, destacando os esforços conjuntos verificados na gestão global do grupo e nos processos relacionados com a privatização da Azores Airlines. Este diálogo demonstrou o empenho de ambas as entidades para assegurar o futuro sustentável da companhia”, assinala o sindicato, em comunicado.
A nota surge no âmbito de várias reuniões que a direção do SPAC está a manter esta semana na região, em que “reafirma o seu compromisso na defesa dos interesses dos pilotos e da sustentabilidade do grupo SATA, crucial para a economia regional e nacional”.
Uma delegação do SPAC, liderada pelo seu presidente, Hélder Santinhos, manteve encontros com pilotos e reuniu com o conselho de administração da SATA, presidido por Rui Coutinho, e com representantes do Governo açoriano (PSD/CDS-PP/PPM), nomeadamente o secretário regional das Finanças, Planeamento e Administração Pública, Duarte Freitas, e a secretária regional do Turismo, Mobilidade e Infraestruturas, Berta Cabral.
Segundo o sindicato, entre os temas em destaque nas reuniões estiveram a privatização da Azores Airlines (subsidiária da SATA que opera voos no exterior dos Açores), a sustentabilidade financeira do grupo de aviação, o assegurar das obrigações de serviço público e o cumprimento do Acordo de Empresa.
O SPAC garante que vai continuar “a acompanhar de perto” todos os desenvolvimentos, defendendo a importância “estratégica” da SATA para “a coesão territorial e o desenvolvimento económico dos Açores e de Portugal”.
“Embora atento aos desafios financeiros do grupo, o SPAC mantém uma postura construtiva e mostrou-se empenhado em colaborar para a estabilidade e crescimento das suas companhias aéreas”, lê-se na nota.
Em todas as reuniões mantidas, o SPAC garante ter partilhado como prioridades “a preservação da qualidade do serviço de mobilidade, a valorização dos trabalhadores e o cumprimento dos compromissos assumidos com os pilotos da SATA”.
Os dirigentes do SPAC visitaram também as instalações da SATA e a área de tripulações do aeroporto João Paulo II, em Ponta Delgada, e acompanharam alguns voos da SATA Air Açores, responsável pelas ligações aéreas entre as nove ilhas do arquipélago, sublinhando que muitas vezes estas operações aéreas são realizadas “em condições atmosféricas adversas e desafiantes”, obrigando os pilotos a demonstrarem “a sua elevada competência, destreza e profissionalismo”.
O presidente do conselho de administração da SATA, Rui Coutinho, também sublinhou a forma “transparente e pacífica” mantida nas reuniões com o sindicato que, segundo o responsável, colocou “algumas questões relativamente ao futuro dos recursos humanos da empresa, questões operacionais e sobre a privatização da Azores Airlines”.
“É assim que temos estado com os nossos parceiros sociais e com as comissões de trabalhadores, de uma forma transparente. Temos tido uma boa relação com os nossos parceiros sociais e pretendemos continuar a ter”, disse Rui Coutinho, à margem da apresentação do plano de sustentabilidade financeira da SATA.
Em 13 de dezembro, o presidente do Governo dos Açores, José Manuel Bolieiro, confirmou que a SATA e o consórcio Newtour/MS Aviation estão a negociar a privatização da Azores Airlines e adiantou que a região vai assumir a dívida da companhia aérea.
Em entrevista à RTP e Antena 1 dos Açores, José Manuel Bolieiro garantiu que o executivo açoriano “não está envolvido em negociações algumas”, mas confirmou que a administração da SATA está a negociar com o único consórcio admitido no concurso de privatização da Azores Airlines.
“Primeira clarificação: nós queremos privatizar a Azores Airlines. Em segundo lugar, cumpriremos o que está estabelecido com a Comissão Europeia. Terceiro, o governo não se envolve em negociações porque essa é uma responsabilidade da administração da holding”, afirmou.
O presidente do Governo Regional também não afastou a possibilidade de existir um novo concurso para a venda da transportadora regional.
O Governo dos Açores anunciou, em 02 de maio, o cancelamento do concurso de privatização da Azores Airlines e o lançamento de um novo, alegando que a companhia estava avaliada em seis milhões de euros no início do processo e vale agora 20 milhões, negando que as reservas sobre o consórcio concorrente tenham pesado na decisão.