O JPP/Açores culpou hoje a coligação que governa o arquipélago (PSD/CDS-PP/PPM) e o Chega pelo aumento do gás em janeiro, considerando que a medida “influencia de forma transversal” toda a população.
Em comunicado hoje divulgado, o coordenador regional do JPP/Açores, Carlos Furtado, refere que “a coligação de Bolieiro e [o] Chega estão a asfixiar a vida às famílias nos Açores, principalmente àquelas que menos têm, uma vez que são as famílias com menos recursos, aquelas que não têm acesso a programas para instalação de equipamentos de energias renováveis, por indisponibilidade económica para os custos de instalação”, que mais são afetadas com o aumento do preço do gás butano em 2025.
Segundo uma resolução publicada na sexta-feira em Jornal Oficial, o preço do gás butano nos Açores vai registar aumentos entre os 7,8 e os 78 cêntimos por quilo, em janeiro.
O JPP/Açores adianta que “não tem dúvidas” quanto aos responsáveis pelo aumento do preço do gás, afirmando que “basta uma simples consulta ao Orçamento da Região para 2025, para se perceber que há uma deliberada intenção de aumentar as receitas de impostos sobre os produtos petrolíferos”.
“No Orçamento para 2024 estava prevista uma receita de 51 milhões de euros, sendo que em função dos preços dos combustíveis praticados na Região durante 2024, este valor deverá ser largamente ultrapassado, podendo chegar a 57 milhões de euros”, aponta Carlos Furtado.
Na nota, o coordenador do JPP/Açores, partido que não tem assento no parlamento regional, afirma que, estatisticamente, cada açoriano paga anualmente 250 euros em impostos sobre combustíveis, um valor que considera “vergonhoso”.
Carlos Furtado, que já foi deputado e líder regional do Chega, lembra que quando exerceu as funções de deputado regional, várias vezes pugnou pela redução do preço dos combustíveis, onde se engloba o gás, fazendo desta matéria uma das “principais lutas”, pois “influencia de forma transversal toda a população” açoriana.
Segundo uma resolução publicada em Jornal Oficial, o gás butano vendido ao público, no estabelecimento do revendedor, em garrafas de 26 litros ou mais, passa a custar em janeiro 1,828 euros por quilo, mais 78 cêntimos por quilo do que em dezembro.
Já o gás butano vendido em garrafas de 24 litros, construídas em materiais leves (até oito quilos de vasilhame), sobe 44,5 cêntimos, para 1,973 euros por quilo.
O gás butano canalizado regista um aumento de 42 cêntimos, em janeiro, passando a custar 1,828 euros por quilo, enquanto o gás butano a granel sobe 7,8 cêntimos para 1,426 euros por quilo.
O Governo Regional dos Açores justificou o aumento do preço dos gases de petróleo liquefeitos, a partir de janeiro, com a adoção de uma nova fórmula de cálculo, por recomendação do Tribunal de Contas e pressão dos distribuidores.