O Bispo de Angra, Dom Armando Esteves Domingues, presidiu à Missa da Noite de Natal na Sé de Angra, apelando a toda a diocese para agir em prol de uma sociedade mais solidária e fraterna. Inspirado pelo nascimento de Jesus, o prelado exortou os fiéis a “pôr-se em movimento”, tal como os pastores que foram ao encontro do Menino na gruta de Belém, para levar a boa nova e combater a pobreza e o sofrimento.

“Se nos movermos juntos, podemos encontrar o caminho da esperança e da alegria, saindo da dor e do sofrimento para voltar a sonhar com um mundo fraterno”, afirmou Dom Armando, reforçando que “Deus não desiste de ninguém, nem dos que parecem tê-Lo abandonado”.

Na celebração do Natal, o bispo destacou que não se trata de recordar um evento passado, mas de viver uma profecia que renova a humanidade. “Com Jesus, a história recomeça a partir das margens da pequenez, onde estão o sofrimento e os sonhos humanos”, afirmou, sublinhando que Deus desce ao nível mais humilde para tocar todos com seu amor infinito.

Recordando o exemplo de Maria como modelo de fé e entrega, Dom Armando destacou que cada cristão deve partilhar Jesus com os irmãos, ajudando-os a superar as dificuldades. “Ele não é só para nós, é para dar, partilhar com os irmãos para que não fiquem na manjedoura da pobreza, mas encontrem o aconchego de uma casa e de uma família”, frisou.

O prelado pediu ainda aos fiéis que cultivem um olhar de encantamento, inspirado na ternura do Menino Jesus, e que reconheçam “os anjos sem asas” que partilham pão e amor nas suas mesas e famílias.

Dom Armando aproveitou a ocasião para saudar os fiéis da Ilha de São Jorge, onde realizou a sua primeira visita pastoral durante o Advento. “Sinto o coração cheio pelas pessoas que conheci, saudei e abracei pessoalmente. A muitos pude dizer: ‘tem um sorriso muito bonito, não o pode esconder’”, partilhou, referindo-se às histórias de sofrimento, alegria e resiliência que encontrou.

Este Natal de 2024 marca também o início do Jubileu da Esperança, proclamado pelo Papa Francisco, que já abriu as primeiras Portas Santas, incluindo uma numa prisão em Roma como símbolo de misericórdia e recomeço. Dom Armando desafiou todos os diocesanos a abraçar este Ano Santo como um convite à transformação pessoal e comunitária.

O bispo encerrará as celebrações de Natal com a missa na manhã de quarta-feira, na Sé, e deixou uma mensagem especial aos reclusos do Estabelecimento Prisional de Angra, onde gravou a sua mensagem de Natal para a RTP Açores. “Nunca desistam de sonhar”, apelou, reforçando a promessa de que “a Deus nada é impossível”.

 

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