A maioria dos programas do Plano Regional de Saúde dos Açores já tem medidas implementadas, revelou hoje a secretária regional da Saúde, que acredita que será possível cumprir as metas propostas até 2030.

“Acredito que sim. Numa primeira fase, temos de perceber que queremos desde já inverter as tendências. Penso que numa primeira avaliação esse será o ponto essencial”, afirmou, em declarações aos jornalistas, a titular da pasta da Saúde nos Açores, Mónica seidi.

A governante falava, em Angra do Heroísmo, à margem da apresentação de quatro programas dos 11 que integram o Plano Regional de Saúde dos Açores até 2030.

Segundo Mónica Seidi, os Açores apresentam dados “preocupantes e alarmantes” em algumas áreas, mas esses números “reforçam o compromisso do Governo Regional com um trabalho que tem de ser feito em articulação e integração com as várias instituições” para inverter a tendência.

“Temos efetivamente um plano muito ambicioso, que nos deve motivar e deixar orgulhosos, mas todos percebemos que o nível de exigência e compromisso é muito significativo. Se não conseguirmos colocar esse ónus em cima da nossa ação, dificilmente teremos resultados diferentes daqueles que a região conseguiu atingir até agora”, frisou.

A maioria dos programas que integram o Plano Regional de Saúde, apresentado em abril, já tem medidas implementadas, como o Programa Regional de Literacia em Saúde.

“A Sociedade Portuguesa para a Literacia em Saúde já teve sete ações só na ilha Terceira, direcionadas a um público idoso. Através de assembleias temáticas, que já chegaram a mais de 100 pessoas, conseguimos ter contributos muito interessantes”, avançou Mónica Seidi.

A titular da pasta da Saúde disse que, em 2025, o programa será alargado à população idosa na ilha de São Miguel e à população jovem, com “um concurso, um jogo de tabuleiro e um programa de televisão, cujo mote será ‘prevenir é o melhor remédio’”.

O programa mais atrasado é o da Promoção da Integração de Cuidados, cuja implementação depende em muitas ações de programas informáticos, mas também neste caso já há avanços, segundo Mónica Seidi.

“A plataforma teste do MUSA [Modelo Único de Saúde dos Açores] será lançada já na sexta-feira, num ambiente fechado, para testar as diferentes funcionalidades e depois de forma faseada serão adicionadas outras valências à plataforma. Até setembro de 2025 tem de estar finalizada e com 25 mil acessos, que são a meta A do Hospital Digital”, adiantou.

O Programa da Promoção da Integração de Cuidados tem como metas a redução da taxa de internamentos evitáveis por insuficiência cardíaca e acidentes vasculares cerebrais em 15% e a redução da percentagem de reinternamentos pela mesma causa um ano após o primeiro internamento em 10%.

Já o Programa de Combate às Doenças Oncológicas, uma das principais causas de morte na região, pretende aumentar a prevenção, promovendo hábitos de vida saudáveis, na alimentação, exercício físico e exposição solar e combatendo o consumo de álcool e tabaco.

Prevê também aumentar a deteção precoce, implementando o rastreio ao cancro do pulmão e aumentando as taxas de adesão aos rastreios já existentes para valores acima de 75% no cancro da mama, de 70% no cancro do colo do útero, de 65% no cancro da cavidade oral e de 50% no cancro do cólon e reto.

O Programa para o Acompanhamento e Melhoria da Mortalidade Infantil quer reduzir a taxa de mortalidade infantil para valores abaixo os 3%, numa primeira fase, e idealmente para valores abaixo dos 2,5%.

Em 2023, os Açores eram a terceira região do país com esta taxa mais elevada, situando-se nos 2,9%.

Já o Programa de Prevenção e Controlo das Doenças Não Transmissíveis pretende reduzir a incidência destas doenças nos Açores, através de medidas como a melhoria do acesso aos cuidados de saúde, a promoção da literacia em saúde e o incentivo à prática da atividade física regular.

As doenças cardiovasculares são a segunda causa de morte mais frequente nos Açores.

 

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