Joaquim Machado, Deputado do PSD/Açores ALRAA

Há coisas que vamos descobrindo com o andar do tempo. E mesmo com muitos anos idos, lá vem uma surpresa, uma aprendizagem, uma novidade, mais um saber da vida.

Por estes dias dei por mim a fazer uma maravilhosa descoberta, verdadeiramente integrada na quadra natalícia que atravessamos: a concorrência é desenfreada entre certos políticos e o Pai Natal. Talvez não seja novidade para ninguém, ou para muita gente, mas só agora dei pela coincidência, portanto, defeito meu. Maravilhado com a descoberta, rapidamente identifiquei pontos em comum e a coisa foi como as cerejas – uma puxa outra, mais uma e outra depois. Por economia de meios e em benefício da paciência de quem porventura leia esta crónica, fico-me por duas coincidências, ou virtudes comuns aos ditos políticos e ao Pai Natal. Ressalta logo à vista o vermelho. Bem sei que a cor tem origem, lá muito atrás, num golpe publicitário de um famoso refrigerante norte-americano, hoje emborcado por fedelhos e graúdos, indiferentes à história das coisas. Curiosamente, o vermelho ainda persiste na política, às vezes desbotado para tons de rosa, e quanto mais minguam os votos, mais cresce a generosidade dos camaradas vermelhos. Ora, é sobretudo na generosidade que as partes se confundem. Como o Pai Natal se reinventa, na força de cada orçamento familiar, também os tais políticos multiplicam misticamente os orçamentos públicos para agradar a plateia, numa insondável infinitude de direitos, que não sendo força é piedosamente competição demagógica.

Afinal, o Pai Natal existe, e todos os dias do ano.

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