O líder do PS/Açores, Francisco César, defendeu hoje uma “rápida” remodelação na orgânica do executivo açoriano (PSD/CDS-PP/PPM) que permita separar a área da saúde, da segurança social, criticando a ação governativa naquelas duas pastas.

“Aquilo que podemos dizer ao senhor presidente do Governo é que rapidamente faça uma alteração na orgânica do Governo, faça uma remodelação na orgânica deste Governo e separe rapidamente a área da saúde, da área social, do combate às dependências, porque nós precisamos efetivamente de respostas neste âmbito”, afirmou Francisco César.

O presidente do PS/Açores falava num encontro com os militantes do concelho da Ribeira Grande, na ilha de São Miguel, tendo criticado a ação da titular pela pasta da secretaria regional da Saúde e Segurança Social, com competências também em matéria de prevenção e combate às dependências.

“Na área da Saúde o que vemos é um hospital que está parado [em Ponta Delgada], porque se quer fazer uma obra megalómana, sem se garantir o financiamento. E, há uma urgência que não dá resposta e é até criticada pelos próprios elementos do PSD”, acusou Francisco César.

Ainda a propósito do setor da saúde, Francisco César disse que o PS/Açores apresentou várias propostas, em sede de orçamento regional, mas que foram “todas chumbadas”, insistindo que a única ação do executivo é fazer “uma obra megalómana sem qualquer tipo de financiamento e que pode demorar 10 anos”, na sequência do incêndio que afetou o Hospital de Ponta Delgada, em maio.

E, “enquanto isso, as pessoas vão continuar a ser atendidas num contentor”, denunciou.

Francisco César criticou também a “má governação” do Governo Regional de coligação de direita ao nível do combate ao consumo de drogas e álcool, “um problema de saúde pública” no arquipélago.

“O que verificamos é que os grupos de trabalho constituídos pela secretaria e senhora secretária pouco ou nada fizeram”, criticou, considerando que ao nível do combate à pobreza os resultados da região “continuam a ser catastróficos”.

O presidente do PS/Açores alertou ainda para os problemas ao nível da educação, abandono escolar precoce, habitação, “falta de oportunidades para os jovens”, elevado custo de vida, “estagnação” do rendimento das famílias e falta de “capacidade de resposta dos serviços públicos”.

“Há desânimo. Nos últimos quatro anos a região tem vindo a andar para trás”, vincou Francisco César, para quem o executivo açoriano, liderado pelo social-democrata José Manuel Bolieiro, tem um “desconhecimento total do que se passa no terreno” no arquipélago.

Francisco César disse que o PS “não é apenas um partido de oposição”, mas é “um partido de construção de pontes e de projetos políticos e de diálogo”, deixando criticas ao relacionamento do Governo açoriano com a oposição.

“Nós muitas vezes queremos construir pontes para podermos melhorar a atividade política e nós sabemos que muitas vezes eles não querem falar”, referiu.

 

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