Há ilustres que consola a ouvir e ler. Sabem tanto sobre tanta coisa, que até me babo. São uns sabões. É isso. Há especialistas em tudo! Há os que escrevem para os jornais, há os que metralham as suas verdades horas a fio nos 500 canais de televisão 24 horas que temos hoje e há os que habitam nas redes sociais.

Os especialistas dominam a política, o futebol, a economia, a estratégia militar, o clima, a saúde, o tricot, a culinária e muitas outras áreas. Quando eu fui para a escola não me disseram que havia essa profissão. É, realmente, pena.

Como é que será que a comunicação social encontra essa gente? “Procura-se: sabichão convencidão; se errares são 100 anos de perdão”.

Ou será que são eles que se oferecem? “Caro diretor de informação, eu é que dava aqui um bom comentador, pá! Pergunta qualquer coisa. Qualquer coisa, vá! Aproveita antes que eu fuja!”. E o pobre diretor não quer perder a oportunidade, que é rara.

A malta fica banzada! Falam tanto sobre tanta coisa e até usam aquelas palavrinhas caras dos dicionários que ninguém conhece. É óbvio que percebem claramente do assunto e que não se limitaram a ir ao google ler meia dúzia de notícias para depois as debitarem em direto. Não eram capazes. E pá, não nos faziam isso. Não nos faziam isso, pois não?

Claro que não! Vejam só aquele porte, aquelas finas sedas, os dentes brilhantes e os olhos luzidios, a crina sempre impecável. São fulan@s que sabem da poda, tenho dito!

E nas redes sociais? Há um acidente, pumba! Há uma crise política, catrapau! Há um desastre natural, bazinga! É que estão sempre a avisar-nos que vai correr mal e a lembrar-nos que tinham avisado que ia correr mal, só que ninguém os escuta! Especialistas ao poder! Salvai-nos, salvai-nos! Por favor!

É que acertam sempre, mesmo quando é ao lado! Daqui a uma semana já ninguém se lembra do que disseram e escreveram e, no fim, ficamos tod@s felizes. Afinal de contas, nunca ninguém morreu de imbecilidade! Ou será que sim? Talvez perguntando a um especialista.ç

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