Antes do assunto do dia, tenho de abordar os resultados do estudo TIMSS, que apontam para a ligação entre as aprendizagens dos Alunos e a situação socioeconómica dos Pais e a frequência do Pré-Escolar. Fica desmontada a propaganda do governo regional, cujas opções políticas perpetuam os ciclos de pobreza, indo ao ponto de penalizar Crianças, excluindo-as da Creche, em função da situação dos Pais. Cai por terra o discurso da direita sobre a meritocracia.

Indo ao assunto de hoje: a Democracia tem exigências financeiras, e ainda bem. Só assim é possível maior proximidade entre eleitores e eleitos. No entanto, não consigo associar o salário destes à qualidade das suas decisões. Recordo que foram gestores bancários com salários obscenos que provocaram uma crise que ainda estamos a pagar…

O maior problema da Democracia está em decisões muito pouco democráticas e no incumprimento das promessas eleitorais. Essas opções têm responsáveis: quem quebra a confiança do voto que recebeu. Portanto, dificilmente se pode associar a qualidade da Democracia ao valor dos salários dos políticos.

Aqui, poderá ser útil olhar para três aspetos da prática do PCP e da CDU – e isto independentemente de se concordar ou discordar das suas posições. O primeiro é que os seus eleitos nunca tomam posições em função do que é mais confortável defender e afirmar. Aquilo que dizem é exatamente o que defendem, mesmo quando seria mais fácil dizer coisa diferente. O segundo é que as suas propostas são assentes no conhecimento da realidade no terreno. O terceiro é que os eleitos da CDU têm a prática de não serem beneficiados pelo seu cargo, ou seja, o seu rendimento é igual ao que recebiam na sua profissão. Se o salário do cargo for superior, essa diferença não fica para o eleito. Isso implica que quem se candidata pela CDU não se move pelo interesse pessoal, mas sim pelo que considera ser o Interesse Público.

Perante isto, fica a questão: não seria esta uma alternativa mais séria e consequente do que a opção da extrema-direita, que mais uma vez enxovalhou a Democracia, apenas para desviar as atenções das suas próprias votações, nomeadamente a favor dos 1800 milhões de euros de benefícios fiscais para as grandes empresas?

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