O PS/Açores questionou o Governo Regional (PSD/CDS-PP/PPM) sobre as ações realizadas no âmbito do Plano Regional para a Redução dos Comportamentos Aditivos e das Dependências (PRRCAD) 2021-2024, por existirem dúvidas quanto à sua eficácia, foi hoje divulgado.

Segundo um comunicado do partido, os socialistas consideram que o PRRCAD 2021-2024 “deve ser uma ferramenta essencial” no combate e assume “um papel central na prevenção, no tratamento e na reinserção das pessoas afetadas”.

Contudo, para os socialistas açorianos, “persistem dúvidas quanto à eficácia e impacto do plano” no arquipélago.

Assim, o PS/Açores solicitou ao Governo Regional, através de requerimento, esclarecimentos sobre as ações realizadas no âmbito dos objetivos estipulados e “informações sobre os indicadores de progresso”.

O partido também pediu ao executivo de coligação um relatório atualizado que permita avaliar “o progresso do PRRCAD” na região.

O deputado socialista Russell Sousa, citado na nota, considera “crucial que haja transparência na monitorização das medidas inovadoras e que estas sejam ajustadas às especificidades da região”.

O parlamentar sublinha que “a luta contra os comportamentos aditivos deve ser uma prioridade absoluta, sobretudo quando os dados revelam uma tendência crescente que afeta particularmente” os jovens.

“A saúde pública e o bem-estar das famílias açorianas não podem esperar por respostas tardias ou insuficientes. Os números são alarmantes e mostram uma realidade que precisa de respostas urgentes, mas não basta gastar dinheiro, é preciso fazer diferente”, acrescenta.

Russell Sousa reafirma também o compromisso do PS/Açores com o combate às dependências e apela ao Governo Regional que reforce a atuação neste domínio.

“Este é um tema que devia unir-nos, em vez de nos separar, porque só com uma resposta política sólida e coletiva alcançaremos resultados”, salienta.

O deputado socialista expressa ainda a “profunda preocupação” do partido com o agravamento dos comportamentos aditivos na região, destacando a gravidade da situação especialmente entre os jovens, com base nos resultados do inquérito aos participantes no Dia da Defesa Nacional – Comportamentos Aditivos aos 18 anos.

Segundo o relatório, os Açores “apresentam prevalências alarmantes no consumo de drogas ilícitas (à exceção da canábis) e no uso de tranquilizantes e sedativos sem prescrição médica, ultrapassando significativamente a média nacional”.

“Nos Açores, o consumo de drogas ilícitas é duas a três vezes superior à média nacional. Substâncias como cocaína, heroína e novas drogas psicoativas estão a aumentar entre os jovens e o consumo de tranquilizantes sem receita médica atinge 9%, o valor mais alto do país”, salienta Russell Sousa.

Os problemas com o álcool “também são graves”, de acordo com o parlamentar.

“Cerca de 36% dos jovens relatam dificuldades associadas ao consumo, o maior valor nacional, e as consequências refletem-se nas famílias, nas escolas e na saúde emocional dos jovens”, refere.

Russell Sousa demonstra ainda a preocupação do PS/Açores com a dependência digital, indicando que “quase 20% dos jovens passam mais de seis horas diárias em redes sociais”.

“É o valor mais alto do país, o impacto sente-se no rendimento escolar, na saúde mental e nas relações sociais”, acrescenta.

 

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