O Partido Ecologista Os Verdes teve, há poucos dias, a sua convenção nacional e valerá a pena olhar para o que lá se disse. Infelizmente, a autointitulada comunicação social de referência esqueceu-se de fazer qualquer notícia. Essa opção contraria fatalmente a ideia de pluralidade democrática que essa comunicação social gosta muito de afirmar. Estranhamente, ou talvez não, nunca falta a promoção de outras forças políticas, sobretudo populistas e de extrema direita, mesmo quando não têm qualquer deputado!

Com o lema “Basta de destruição, ecologia em acção!”, centenas de delegados denunciaram que a causa dos problemas ambientais está no sistema capitalista e na sua sede de lucro, que destrói irracionalmente os recursos naturais. Isso fica demonstrado pelo facto de os 36 europeus mais ricos poluírem o mesmo que metade da população portuguesa e de, ao nível mundial, os 50 mais ricos poluírem em 90 minutos o mesmo do que uma pessoa média em toda a sua vida. Por isso mesmo se assumiu que é urgente assegurar o equilíbrio dos ecossistemas, conciliando essa mudança com o futuro da Humanidade!

Outros esquecimentos apareceram a 25 de novembro. Esqueceram-se de que foi um golpe militar falhado, contra o processo democrático e contra o parlamento eleito, tentando condicionar os deputados. Esqueceram-se das centenas de tentativas para subverter a democracia, por parte de forças ligadas ao regime fascista, inclusive com tentativas de golpe, terrorismo bombista, incêndios em sedes partidárias e assassinatos. O alvo destacado desse terrorismo foi o PCP, que viu várias das suas sedes destruídas.

A 25 de Abril, a união entre os militares e o povo português trouxe a democracia, a liberdade, os direitos e o caminho do desenvolvimento. Foi essa força revolucionária de Abril que mudou radicalmente um país atrasado e isolado. Foi contra essas conquistas e o caminho de Abril que foi feito o golpe contra-revolucionário do 25 de novembro. É por isso que o 25 de Abril enche, todos os anos, avenidas e praças, juntando centenas de milhares. Pelo contrário, o 25 de novembro nunca teve qualquer adesão popular. Limitou-se à Assembleia da República, promovido por quem nunca se conformou com a Revolução de Abril!

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