O deputado único do PAN/Açores disse hoje que vai votar contra a proposta de Orçamento da região para 2025 por “uma questão de princípio e responsabilidade”, considerando que os documentos são “uma mala de primeiros socorros”.
“Votar favoravelmente este orçamento é compactuar com uma retórica conservadora, uma narrativa desgastada e resistente à mudança, que perpetua políticas ultrapassadas, ineficazes, das quais nos afastamos, difíceis de reverter com as nossas propostas de alteração”, afirmou Pedro Neves.
Segundo o parlamentar, votar contra o Orçamento é para o partido “uma questão de princípio e responsabilidade”, que espelha a sua convicção “em priorizar políticas que realmente promovam o bem-estar da população, protejam os animais e defendam o planeta”.
“Não abdicamos dos nossos compromissos e exigimos mais e melhor em prol de um futuro mais sustentável para as gerações presentes e vindouras, declarou no discurso proferido na Assembleia Legislativa, na Horta, durante as intervenções finais do debate do Plano e Orçamento da região para 2025, apresentado pelo Governo de coligação PSD/CDS-PP/PPM.
Na intervenção, Pedro Neves também referiu que os documentos “carecem de visão estratégica e de um compromisso real que supra as efetivas necessidades da população, dos animais e da natureza, nos mais diversos setores”.
“Os documentos apresentados são, grosso modo, uma mala de primeiros socorros, composta por pensos rápidos cuja missão é conter uma hemorragia financeira. A par disso, estão assombrados pelos fantasmas das parcas execuções orçamentais, que se assemelham à infalibilidade das previsões meteorológicas dos canais generalistas para os Açores”, disse.
Na sua opinião, nos três dias de debate, “toda a narrativa defendida pelos proponentes do Orçamento não passou de uma mera tentativa de mascarar deficiências que tendem a arrastar-se”.
“Volvidos quatro anos de governação “AD + 1”, temos vícios que alimentam o monstro da desigualdade”, afirmou.
O parlamentar do PAN considerou ainda que as propostas analisadas “revelam um conjunto de promessas vazias e metas que não vão ser alcançadas, perpetuando um ciclo vicioso e ineficaz de expectativas frustradas, apresentando-se como soluções artificiais, conforme se tem refletido no trágico historial de execução governamental desta coligação”.
O Orçamento “não representa os ideais do PAN/Açores, nem poderia representar, mas poderia haver uma aproximação”, admitiu, acrescentando que “falha em atender às necessidades da população, perpetuando uma gestão descomprometida e com parca visão holística e integrada”.
O Orçamento dos Açores para 2025, que define as linhas estratégicas do executivo de coligação PSD/CDS-PP/PPM para o próximo ano, atinge os 1.913 milhões de euros, dos quais cerca de 819 milhões são destinados aos investimentos previstos no Plano.
Os documentos foram discutidos entre segunda-feira e hoje e na quinta-feira começam a ser votados.
O parlamento dos Açores é composto por 57 deputados, 23 dos quais da bancada do PSD, outros 23 do PS, cinco do Chega, dois do CDS-PP, um do IL, um do PAN, um do BE e um do PPM.