A transferência de mais dinheiro da República para os Açores é um problema para o PS. Em vez de se congratular com o facto de dispormos de mais meios para fazer face à despesa corrente e ao investimento, os socialistas mergulham numa narrativa inconsequente e incoerente. No fundo a balburdia prossegue apenas o objetivo de denegrir a imagem dos Açores e desviar a atenção das medidas determinantes, para a economia e as famílias, previstas no Orçamento Regional de 2025.
Em razão dos recursos financeiros disponíveis, é necessário recorrer a um empréstimo de 150 milhões de euros para garantir a execução do próximo orçamento. Melhor dizendo, era, já que, entretanto, Bolieiro conseguiu um reforço de 75 milhões de euros. Não sendo ótimo, é bom. E porque é bom, então passa a ser um problema político para o PS. Na conveniência partidária as dificuldades da governação são mais proveitosas do que o sucesso dos Açores.
Mas há aqui uma incoerência estrondosa com o próprio passado socialista. Só por uma vez a Região esteve, efetivamente, sujeita a um resgate financeiro da República. Foi em agosto de 2012, estava Carlos César a sair de cena e os Açores necessitando de 185 milhões de euros para “cumprir os seus compromissos relativos à amortização de dívida direta”.
O memorando assinado com a República humilhou a Região, que se obrigou a “a dar conhecimento dos seus documentos provisionais, e eventuais revisões, ao Ministério das Finanças, antes da sua apresentação à Assembleia Legislativa”, e a “uma redução anual de trabalhadores em funções públicas”.
Resgate?