Um conjunto inédito de 10 vídeos com imagens das montanhas submarinas, que integram o futuro Atlas do Mar Profundo dos Açores, vai ser disponibilizado a partir de hoje por uma equipa de investigação da Universidade açoriana.

“O projeto do futuro atlas tem várias componentes. Tem uma componente mais interativa que vai ser lançada no ‘site’ do grupo de investigação do mar profundo dos Açores. E, paralelamente, também foram produzidos pequenos vídeos, com cerca de dois minutos, que sintetizam essa informação”, afirmou à agência Lusa o investigador Telmo Morato.

O investigador do Instituto de Investigação em Ciências do Mar da Universidade dos Açores (OKEANOS) adiantou que para celebrar o Dia Nacional do Mar, que se assinala no sábado, é disponibilizado a partir de hoje no canal youtube do grupo um conjunto inédito de 10 vídeos curtos, com imagens dessas montanhas submarinas do mar profundo do arquipélago.

Posteriormente, a informação vai estar também disponível no ‘site’ do grupo de investigação que está a trabalhar no futuro Atlas das Estruturas Geomorfológicas do Mar Profundo dos Açores, que deverá estar concluído em 2025.

Telmo Morato sublinhou que o Atlas do Mar Profundo dos Açores, que cobre até aos 1.000 metros de profundidade, é um projeto pioneiro a nível mundial.

Financiado parcialmente pelo Governo Regional dos Açores, o atlas pretende dar a conhecer à sociedade o património natural do mar dos Açores, conferindo-lhe uma identidade espacial, “desconhecida da maioria”, salientou.

“Se para os ambientes terrestres é comum termos atlas do mundo que compilam informação, no mar isso não acontece”, disse o investigador, que em conjunto com Marina Carreiro-Silva, lidera o grupo de investigação.

O projeto pretende ser também uma ferramenta para ajudar os decisores políticos, nomeadamente o Governo Regional.

O investigador adiantou que os primeiros 10 vídeos agora disponibilizados, que integram o futuro Atlas, “estão distribuídos ao longo da Zona Económica Exclusiva dos Açores e incluem montes submarinos isolados e taludes” do arquipélago.

Telmo Morato acrescentou que o objetivo é ir lançando mais vídeos, “todos os meses, durante um período alargado”.

Ainda de acordo com o investigador, “a maior parte do trabalho de campo” para o Atlas já foi terminado e a informação está a ser processada, pelo que o projeto deverá estar concluído em 2025.

Telmo Morato realçou também que este projeto inovador “renova o compromisso de valorizar os ecossistemas marinhos profundos dos Açores através da literacia do oceano, incentivando o seu conhecimento e a preservação da biodiversidade única da região”.

O atlas sintetiza o conhecimento científico existente sobre cada montanha submarina ou talude insular em formato digital e oferece um pequeno vídeo sobre cada estrutura geomorfológica situada no mar profundo da região.

Cada vídeo apresenta, de forma acessível, imagens do património natural do mar dos Açores e informações essenciais para apoiar a gestão das atividades humanas e promover a Literacia do Oceano, explica o instituto OKEANOS, em nota de imprensa.

Carlos Dominguez-Carrió, também investigador do grupo, citado na nota, destaca que as recentes campanhas de investigação permitiram recolher “dados cruciais” para o atlas.

“Ao disponibilizar estas informações de forma acessível e dinâmica, este projeto contribui significativamente para a compreensão e proteção do mar profundo dos Açores, promovendo uma gestão mais eficiente e sustentável da sua vasta riqueza natural”, salienta.

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