A Associação de Taxistas da Ilha Terceira, Açores, apontou hoje para um reduzido número de profissionais que manifestam “entusiasmo” na mudança de viaturas a combustão para viaturas elétricas ou híbridas, devido ao preço e pouca autonomia dos automóveis.
“Já reunimos na associação e já debatemos muito isto. E, o que está bem patente, é sempre a parte do preço e da qualidade do carro. Se o Governo Regional tem possibilidade de subir, o máximo que possa, o subsídio à aquisição das viaturas, então talvez possa haver um número mais razoável de taxistas com interesse”, afirmou Jorge Costa.
O presidente da Associação de Taxistas da Ilha Terceira foi ouvido hoje na comissão especializada permanente de Economia do parlamento açoriano, no âmbito do projeto de resolução do PS para criar medidas de incentivo à formação e à descarbonização no setor do táxi no arquipélago.
Segundo Jorge Costa, muitos taxistas pretendem renovar as frotas de carros, mas “existe uma variedade grande de fatores” para não concretizarem a compra de viaturas elétricas, desde logo o “elevado preço” das viaturas e “pouca autonomia” e porque o incentivo para a aquisição daquele tipo de automóveis “ainda não entusiasma”.
“Seria necessário um bom incentivo para a classe adquirir um carro elétrico. Para comprar um táxi é preciso ter dinheiro e nós todos os dias trabalhamos”, sustentou o dirigente da Associação de Taxistas da Ilha Terceira, alertando ainda para dificuldades na assistência técnica e mecânica para as viaturas elétricas.
A deputada socialista Marlene Damião, partido que apresentou o projeto de resolução, sublinhou que o PS propõe que sejam acrescidos os valores de apoio para a aquisição das viaturas elétricas no setor do táxi.
Por outro lado, esclareceu, o projeto de resolução socialista preconiza a implementação de postos de carregamento nas praças de táxi.
E, “em resultado das últimas audições que têm decorrido com outras associações, temos acolhido contributos, um dos quais visa colocar também postos de carregamento em zonas periféricas”, explicou a socialista, salientando que o projeto de resolução também propõe uma campanha de sensibilização para que os profissionais “percebam as vantagens” da aquisição das viaturas elétricas.
A bancada do PS na Assembleia Legislativa Regional propõe igualmente uma comparticipação em 50% no valor global do curso de certificação de taxista e uma redução nas taxas que são aplicáveis aos motoristas de táxis.
“Numa perspetiva de tornar o setor mais atrativo também nos focamos muito na questão da formação e todos os valores que são associados à aquisição de um certificado de motorista de táxi, cujos custos são elevados e ronda os 600 euros”, justificou Marlene Damião.