O Presidente do Governo dos Açores, José Manuel Bolieiro, participou, na sexta-feira, na Sessão Solene de encerramento do congresso “Democratização, Autonomia e Descentralização”, realizada na Aula Magna da Universidade dos Açores, na ilha de São Miguel. Este evento reuniu figuras de destaque da política autonómica insular, incluindo antigos e atuais presidentes dos Governos Regionais dos Açores e da Madeira, como João Bosco Mota Amaral, Carlos César, Vasco Cordeiro e Alberto João Jardim. A mesa-redonda foi moderada por Maria Inácia Rezola, Presidente da Comissão Nacional para as Comemorações dos 50 Anos do 25 de Abril, proporcionando um debate profundo sobre a evolução democrática nas regiões insulares.

José Manuel Bolieiro sublinhou o impacto da revolução de abril de 1974, que, ao promover a paz e pôr fim à guerra colonial, transformou Portugal. Segundo o líder açoriano, esta mudança histórica deve ser uma referência tanto para os defensores da democracia de ontem como para os de hoje, em tempos onde ainda se enfrentam regimes contrários aos valores democráticos. “Foi a democracia que abriu caminho para o desenvolvimento, o progresso e a inclusão”, afirmou.

Apesar dos avanços, Bolieiro frisou a necessidade de aprofundar a descentralização, apontando que a democracia portuguesa ainda guarda certas reservas em relação à autonomia das Regiões Autónomas. Enfatizou que a autonomia dos Açores e da Madeira é um pilar construído no orgulho insular e na identidade regional, sublinhando que “esta autonomia não é uma dádiva, mas sim uma conquista diária que precisa de ser constantemente renovada”.

O Presidente do Governo destacou ainda a importância estratégica de Portugal no Atlântico, sublinhando que as potencialidades insulares dos Açores e da Madeira conferem ao país uma relevância única a nível global. Para Bolieiro, Portugal deve adotar uma postura “ambiciosa” e capitalizar a sua posição atlântica para reforçar a visibilidade das Regiões Autónomas.

Antes de concluir, Bolieiro deixou uma mensagem de apreço à Universidade dos Açores pela promoção do congresso, elogiando iniciativas que incentivam a participação ativa e informada da comunidade, considerando que são fundamentais para a construção de uma “democracia robusta e inclusiva”, que valoriza o diálogo e o desenvolvimento.

 

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