O PPM/Açores manifestou-se hoje contra a possível redução de serviços de alguns balcões da Caixa Geral de Depósitos (CGD) na região, alegando que a aplicação da medida vai afetar as populações em áreas mais isoladas.

Citado numa nota de imprensa do partido, João Mendonça, deputado único do PPM no parlamento açoriano, expressa “profunda preocupação” e oposição face ao “anunciado encerramento de vários balcões” da CGD em diversas regiões do país.

“Esta decisão, recentemente comunicada pela administração da CGD, afeta diretamente as populações, em especial aquelas que residem em áreas mais isoladas e despovoadas, onde o acesso a serviços bancários já é limitado”, considera João Mendonça.

O PPM apela à administração da CGD para que faça “uma reavaliação ponderada” de modo a assegurar “a manutenção imprescindível dos serviços bancários públicos e, em paralelo, proteger a estabilidade financeira e operacional” da instituição bancária.

Para o deputado do PPM no parlamento açoriano, enquanto instituição bancária pública, a CGD “tem um dever primordial de garantir um serviço de proximidade e qualidade a todos os cidadãos, independentemente da sua localização geográfica”.

“O fecho de balcões não só penaliza os utentes, em particular os mais idosos e aqueles sem acesso facilitado a meios digitais, como também coloca em causa a coesão territorial e o desenvolvimento local”, aponta João Mendonça.

Por outro lado, o deputado considera que o encerramento de agências bancárias agrava o despovoamento e contribui para o isolamento das comunidades afetadas.

“A Caixa Geral de Depósitos, enquanto instituição bancária estatal, deve colocar em primeiro plano o bem-estar dos cidadãos e o desenvolvimento sustentável do país, prevalecendo sobre as forças de mercado e a procura por lucros imediatos”, defende o deputado do PPM, propondo “alternativas viáveis” que garantam a continuidade dos serviços bancários.

Em 03 de outubro, em comunicado, a Comissão de Trabalhadores do banco denunciou aquilo que dizia ser o “incumprimento” da CGD do “dever de serviço público bancário”.

Na terça-feira, em declarações à Lusa, o presidente da Comissão de Trabalhadores da CGD, Jorge Canadelo, disse que o problema está a colocar-se sobretudo em agências do interior de Portugal continental e das ilhas e que isso é feito pondo em causa a sustentabilidade da empresa no futuro e sem qualquer “visão crítica” da tutela, o Governo.

Questionada pela Lusa, fonte oficial do banco público afirmou que “é completamente falso que a CGD esteja a reduzir serviços, nomeadamente no interior ou nas ilhas” e que “só por manifesta má-fé o investimento superior a 70 milhões de euros que a Caixa está a realizar sua extensa rede de agências pode ser entendido como recuo de serviços, quando o mesmo se insere num plano de transformação digital que visa servir mais e melhor os seus clientes onde quer que eles estejam”.

Segundo a CGD, a criação de agências de nova geração “não deixa ninguém para trás e aumenta de forma significativa a sua capacidade de serviço aos clientes, nomeadamente nas disponibilidades de tesouraria”.

Também na terça-feira, o grupo parlamentar do PS questionou o ministro das Finanças sobre a redução de serviços bancários que a CGD está a fazer para saber que medidas serão adotadas e o líder socialista açoriano, Francisco César, manifestou igualmente a sua preocupação.

Já na quinta-feira, a Associação de Municípios da Região Autónoma dos Açores (AMRAA) manifestou a sua “veemente condenação” pela possível redução de serviços de alguns balcões da CGD no arquipélago.

Também o PSD/Açores manifestou a sua “discordância e preocupação” pelo possível encerramento de balcões do banco público, tendo o líder parlamentar, João Bruto da Costa, afirmado que o possível fecho de balcões de atendimento da CGD nas ilhas de São Miguel, São Jorge, Pico e Flores “põe em causa a coesão social e territorial”.

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