A Federação de Bombeiros da Região Autónoma dos Açores (FBRAA) congratulou-se hoje com a aprovação do Estatuto Social do Bombeiro Voluntário dos Açores, apresentado pelo Governo Regional (PSD/CDS-PP/PPM) e que mereceu a unanimidade dos deputados regionais.

Em comunicado hoje enviado à agência Lusa, a FBRAA considera que o documento aprovado na terça-feira pelo parlamento açoriano irá promover “uma maior atração para a ingressão de novos elementos nos corpos de bombeiros”.

“Destacamos a possibilidade de um bombeiro na região poder requerer a reforma aos 61 anos e quatro meses, sem ter que desembolsar do seu próprio bolso os valores devidos à Segurança Social, ficando a Liga de Bombeiros Portugueses responsável por 50% desse valor e o Governo Regional dos Açores pelos restantes 50%. Assim, permite-se que um bombeiro possa usufruir da sua reforma em período antecipado sem penalidades”, refere o organismo presidido por Braia Ferreira.

A FBRAA destaca ainda “um apoio anual aos bombeiros após atingirem as 200 horas de voluntariado no valor de 50% da remuneração garantida regional em vigor nesse ano, algo que até aos dias de hoje não acontecia”.

O projeto discutido e aprovado pela Assembleia Legislativa Regional contou com os contributos da FBRAA e de outras entidades do setor, pelo que, para esta entidade, “se torna um documento consensual e mais completo”.

“Não será para nós um documento perfeito, mas é um passo muito significativo, se não mesmo histórico, pois aumenta consideravelmente os benefícios dos nossos bombeiros açorianos”, acrescenta a federação.

A Assembleia Legislativa dos Açores aprovou na terça-feira por unanimidade as alterações apresentadas pelo Governo Regional ao Estatuto Social do Bombeiro, que preveem a atribuição de um apoio anual a quem cumprir 200 horas de voluntariado.

Foi também aprovada uma proposta de alteração do PS para que os bombeiros voluntários dos quadros de comando e ativo tenham “direito ao reembolso de 50% das despesas suportadas com centros de atividades de tempos livres”, que mereceu os votos contra de PSD, CDS-PP e PPM.

Foram igualmente aprovadas propostas de alteração do BE para estabelecer a escolaridade obrigatória no acesso à carreira e para clarificar o mês de atribuição do apoio ao voluntariado, que, após consenso entre os partidos, ficou definido em dezembro.

Antes do diploma sobre o Estatuto Social dos Bombeiros, o parlamento açoriano reprovou um projeto de decreto legislativo do PAN para criar o Estatuto dos Bombeiros Profissionais da Região Autónoma dos Açores, com os votos contra de PSD, CDS-PP, PPM e a abstenção do PS (Chega, BE, IL e PAN votaram a favor).

Sobre a iniciativa do PAN, a FBRAA salienta que “não é contra a profissionalização dos bombeiros da primeira intervenção”, embora considere “que se mostra necessário um debate sério sobre o sistema de socorro na Região Autónoma dos Açores”.

“É fundamental, inclusive, que esse debate se inicie com urgência e se evolua, devendo passar pela profissionalização da primeira intervenção e pela manutenção do voluntariado em regime de complemento”, defende.

Se a proposta do PAN tivesse sido aprovada, “teria uma única consequência: o colapso do atual sistema de socorro dos Açores”, considera.

Por outro lado, o organismo representativo das associações de bombeiros nos Açores regista “com agrado uma proposta feita no plenário, nomeadamente a criação de uma Equipa Especializada para a Proteção Civil, que tem como objetivo estudar o atual sistema e fazer a sua evolução”.

“Para isso, alertamos que a existir esta equipa, deverão ser chamadas as Associações Humanitárias de Bombeiros Voluntários dos Açores, o Governo Regional dos Açores, os 19 Municípios da Região Autónoma dos Açores, os parceiros sociais, os sindicatos e associações profissionais do setor, bem como, a sociedade civil com ligações ao setor”, acrescenta.

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