O preço médio de uma habitação “duplicou em dez anos”, segundo dados divulgados pela consultora CBRE, que apontou a falta de oferta como razão principal para esta evolução.

Num comunicado, a consultora indicou que, “se um imóvel em 2013 valia em média 102.000 euros, em 2023 o mesmo ativo está avaliado em 212.000 euros, o que representa um aumento no preço de 106%”.

“Em 2022, cerca de 90% dos empréstimos imobiliários ativos tinham taxas de juro variáveis, tornando os proprietários particularmente vulneráveis à subida dos juros”, disse Francisco Horta e Costa, presidente executivo da CBRE, citado na mesma nota.

“Como consequência, o valor das transações de imóveis residenciais desceu de um máximo histórico de 31.000 milhões de euros em 2022 para 28.000 milhões de euros em 2023”, acrescentou.

“No entanto, apesar desta retração no volume de transações, os preços das habitações mantiveram uma trajetória ascendente vincada pela falta de oferta, uma tendência que se mantém desde 2013, quando se verificou uma diminuição generalizada na construção de novos imóveis”, indicou, salientando que “esta escassez de oferta continua a sustentar o aumento dos preços, mesmo num cenário de maior incerteza económica”.

Segundo a CBRE, “observa-se uma tendência de crescimento, com um total de 37 mil transações realizadas no primeiro semestre de 2024, superando as 33 mil do mesmo período em 2023”, apontando que “o valor total das transações acumuladas atingiu 14.600 milhões de euros, em comparação com os 13.700 milhões de euros do ano passado”.

Para a CBRE, este aumento reflete “uma elevada dinâmica do mercado, onde, apesar do aumento das taxas de juro, nomeadamente a Euribor, o preço médio por fogo continua a subir”.

Por sua vez, o setor imobiliário comercial, ou seja, não residencial, pode atingir, no final deste ano, um investimento de 2.300 milhões de euros.

Assim, este segmento em Portugal “continua a dar sinais de recuperação, com o terceiro trimestre de 2024 a revelar um dinamismo crescente, especialmente nos segmentos de retalho e hotelaria”.

Assim, “durante este período foi captado um investimento de 342 milhões de euros, num acumulado total, até 30 de setembro, de 1.014 milhões de euros, resultados que estão em linha com mesmo período do ano passado”, referiu.

No entanto, acrescentou, “o cenário até ao final do ano é particularmente positivo, destacando-se que o último trimestre do ano começou de forma promissora, com um volume de negócios transacionado superior ao trimestre anterior apenas nos primeiros 10 dias de outubro”.

Segundo a CBRE, a causa destes valores “é o fecho de duas grandes transações de retalho, cada qual na ordem de grandeza das centenas de milhões de euros”, sendo que, assim, “a expectativa é que, em 2024, o desempenho do setor imobiliário comercial termine entre os 2.100 milhões de euros e 2.300 milhões de euros, o que representa um crescimento expressivo face ao ano de 2023, no qual o valor foi de cerca de 1.600 milhões de euros”.

 

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