Muito se tem falado, nos últimos dias – e continuaremos a falar, certamente –, sobre o Orçamento do Estado para 2025. É aprovado ou não é aprovado? O governo terá o apoio do Partido Socialista? Terá o apoio do Chega? É chumbado e vamos a eleições? Ou teremos de, literalmente, nos governar com duodécimos? Muitas são as questões, mas não é sobre elas que hoje vos escrevo. Hoje quero escrever sobre as convicções que devem alicerçar qualquer decisão, seja qual for a lei, decreto-lei, portaria, regulamento… Hoje escrevo-vos sobre ideais, sobre princípios.

Pedro Nuno Santos afirmou, numa resposta ao Presidente da Républica, sobre a aprovação, ou não, do Orçamento do Estado, que prefere perder eleições a abdicar das suas convicções. E esta afirmação causou burburinho. Demasiado burburinho. Mas porquê? Porque é que um político que prefere seguir os seus ideais e princípios é mal visto? Reparem: É exatamente por nos revermos nos ideais, princípios e convicções de um partido que votamos nele. E ainda bem que existem políticos que, mesmo em situações de pressão, mesmo, como se costuma dizer, “entre a espada e a parede”, continuam a optar por defender os ideais, princípios e convicções que representam. Os ideais, princípios e convicções em que os cidadãos votaram. E, sim, é isso que (para já) Pedro Nuno Santos está a fazer.

Precisamos urgentemente de políticos com princípios, que defendam os seus ideais, que se mantenham fiéis às suas convicções. Políticos que não desistam, que não cedam e mudem de política só porque isso os favorece numa eleição ou no alcance de um lugar no poder. Aliás, em política, essas atitudes camaleónicas têm um nome: populismo. E fazem parte do ADN do que, dia após dia, corrói a nossa democracia: os extremismos. Não, não é disso que precisamos. Precisamos, sim, de políticos que nos tragam confiança, que respeitem o voto que nós, cidadãos, lhes confiámos.

Hoje, a poucos dias de termos respostas às perguntas com que comecei este artigo e na esperança de, aconteça o que acontecer, conseguirmos, em cada deputado, rever as suas convicções, ideais e princípios (identifiquemo-nos, ou não, com eles), a dúvida é: serão estas convicções, ideais e princípios reais ou servirão apenas para motivar notícias, likes nas redes sociais e, claro, novas eleições? Saberemos quando se votar o Orçamento do Estado para 2025.

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