O PS alertou hoje para a degradação de serviços de saúde na ilha Terceira, nos Açores, dando como exemplo situações de falta de detergente na lavandaria, de materiais e de profissionais de saúde no hospital.
“Esta degradação é já em si um indício de um problema maior, que é a degradação do Serviço Regional de Saúde e todas as ilhas teriam exemplos semelhantes a dar”, afirmou o dirigente do PS/Terceira e deputado regional José Toste, em conferência de imprensa, em Angra do Heroísmo.
Na semana em que foi denunciada pela Iniciativa Liberal a avaria da maioria das viaturas da Unidade de Saúde da Ilha Terceira, que levou ao cancelamento de serviços domiciliários médicos, o PS alertou para outros problemas nos serviços de saúde da ilha.
“A degradação de viaturas não é uma situação isolada, mas sim um sintoma de um problema mais abrangente que é o da degradação manifesta e generalizada dos meios alocados à prestação de cuidados de saúde”, frisou José Toste.
O dirigente socialista deu como exemplo constrangimentos verificados no Hospital de Santo Espírito da Ilha Terceira (HSEIT), em que houve “falta de toalhas, de lençóis e de cobertores em alguns serviços”, no dia 01 de outubro, “devido à falta de detergentes” na lavandaria, “em virtude de atrasos no pagamento ao fornecedor”.
Segundo José Toste, “muitos serviços queixam-se também de falta de material de consumo clínico”, chegando a usar “tubagens mais grossas por não haver mais finas” em algálias.
O dirigente do PS/Terceira denunciou ainda a falta de meios humanos no hospital, alegando que se verifica “com relativa frequência o encerramento da área cirúrgica do serviço de urgência”, por falta de assistentes operacionais, e que nos dias 16 e 19 de setembro “os médicos de medicina interna apresentaram escusa de responsabilidade do serviço de urgência”, porque a equipa habitualmente composta por cinco médicos só tinha três.
Já o Centro de Saúde da Praia da Vitória “encontra-se sem água quente”, porque “a caldeira se encontra avariada há algum tempo”, e “sem qualquer sistema de climatização do ar”, pelo menos desde agosto, revelou José Toste.
80% do orçamento da região e em que ao mesmo tempo nenhum esforço é feito para que haja alteração deste panorama, exceto tentar que seja a República a responsabilizar-se por estes dois setores, seria um passo importante da autonomia avançar com medidas concretas”, salientou.
O PS/Terceira sugeriu ainda a realização de um “levantamento sério das necessidades de recursos humanos num horizonte temporal de 10 anos”, a resolução “imediata” dos problemas detetados no Centro de Saúde da Praia da Vitória e a transferência dos serviços do núcleo de saúde da Terra Chã.
Questionado sobre a degradação do parque automóvel das unidades de saúde de ilha, que têm algumas viaturas com 30 anos, José Toste admitiu que a necessidade de substituição de viaturas foi identificada em 2018, altura em que o PS governava a região.
“Em 2018, havia já um custo acima do que seria aceitável e que aconselhava a substituição de viaturas, mas o reporte de 2018 não é da existência de sete viaturas avariadas”, apontou.
O dirigente socialista acusou o executivo de vir “a reboque com uma solução improvisada de aquisição de viaturas”, alegando que “devia ter sido planificada a substituição destas viaturas”.