O porta-voz do PAN (Pessoas, Animais e Natureza) nos Açores, Pedro Neves, alertou hoje para a ineficiência da rede pública de energia elétrica no arquipélago, apelando ao Governo Regional para investir no setor.
“O PAN/Açores reitera apelos ao Governo para investir, de forma séria e urgente, no setor energético regional, desburocratizando e desbloqueando as verbas dos programas para produção e armazenamento de energia verde, por forma a mitigar a ineficiência da rede pública energética e reduzir a queima de combustíveis fósseis, especialmente neste período de emergência climática”, refere o dirigente e deputado do PAN, em comunicado.
O alerta de Pedro Neves surge na sequência de um apelo da administração da empresa de eletricidade dos Açores (EDA) para que os consumidores da ilha de São Miguel (a maior da região) racionalizem o consumo energético, antecipando a possibilidade de ocorrerem “constrangimentos temporários” no abastecimento de energia elétrica.
“As condições climatéricas desfavoráveis dos últimos dias, com altas temperaturas e elevada nebulosidade, têm potenciado o aumento da procura de energia elétrica”, indicou a EDA, apelando aos consumidores para um “consumo ainda mais responsável” da eletricidade, “reduzindo ao máximo a utilização de equipamentos de climatização não essenciais”.
Para o PAN, o apelo da EDA, que surge após o “verão mais quentes dos últimos 83 anos nos Açores”, é reflexo da “escassez de investimento público” na resiliência regional e na mitigação dos impactos das alterações climáticas.
“O alerta dado pela EDA sobre a produção energética é sinal, entre outros, de que a região está a perder o comboio do PRR [Plano de Recuperação e Resiliência], no que respeita à execução das verbas dos programas de incentivo à aquisição e produção de energia limpa”, adverte Pedro Neves, acrescentando que fica também evidente o fracasso da venda de energia à rede, por parte dos produtores domésticos, por ser pouco atrativa do ponto de vista financeiro.
Por isso, insiste o dirigente do PAN, é necessário que a região invista “de forma séria” na transição energética, para aumentar as taxas de execução dos programas Proenergia e Solenerge, financiados pelo PRR, que além de potenciarem a independência energética e a produção de energia limpa, auxiliam no combate à emergência climática.
“Não estamos a levar a sério o impacte das alterações climáticas nos Açores. Não só porque não estamos a investir na nossa capacidade de resiliência para mitigar esses impactos, como os nossos contributos para o combate à emergência climática estão em contraciclo com o que era suposto”, lamenta o deputado ao PAN ao parlamento açoriano, para quem a reduzida execução do Solenerge e do Proenergia “são o reflexo desta hipocrisia política”.