O Deputado e Coordenador Regional da Iniciativa Liberal (IL) nos Açores defende “uma estratégia concertada”, que envolva os Governos da República e da Região e as Autarquias Locais, para “manter a notoriedade do destino turístico Açores”, no sentido de se“minimizar o problema da sazonalidade nas nossas ilhas”

Em Angra do Heroísmo, ilha Terceira, onde reuniu com empresários associados da Associação de Alojamento Local dos Açores, Nuno Barata salientou que “há um papel importantíssimo dos Governos, sejam eles da República, Regional ou Autarquias Locais, numa estratégia concertada de manter a notoriedade do destino, no sentido de irmos minimizando o problema da sazonalidade nas nossas ilhas, uma vez que este é um problema que nunca vai acabar, mas há meios de a minimizar”.

Para os liberais açorianos a concertação entre os diferentes níveis de poder pode levar à criação “de eventos, criando ações promocionais em destinos onde o clima é muito agreste, sendo, para os de lá, agradável vir para os Açores, porque nós temos um inverno moderado, entre outras características únicas que temos para vender.Este é um trabalho que foi descuidado nos últimos anos, foi descurado pelas Autarquias – que empurram o problema para os empresários –, que atiram o problema para a falta de disponibilidade nos voos, que empurram o problema para a falta de qualidade do alojamento ou para a falta de oferta de animação…Na verdade, o que falta é ir por estes mercados fora, anunciar aos sete ventos a qualidade do destino Açores e aquilo que nós podemos oferecer às pessoas no inverno, principalmente àqueles que já estão reformados ou àqueles que mesmo estando em idade ativa, mas não têm filhos em idade escolar, podem viajar a épocas fora das férias escolares”.

O Deputado da IL no Parlamento Açoriano destacou, por outro lado, que “as acessibilidades às ilhas são um problema”, que “vão ser sempre um problema”, mas apontou caminhos para serem minimizadas também: “Desde logo, uma das soluções não é manter uma companhia aérea internacional com prejuízos acumulados do montante que temos acumulado ao longo destes últimos anos, para fingir que trazemos pessoas. O que é preciso é manter a nossa Região servida pela SATA Air Açores, por forma a distribuir esses passageiros equitativamente por todas as ilhas e com disponibilidade para quando eles chegam a São Miguel, à Terceira ou ao Faial poderem apanhar voos para outras ilhas, o que não acontece neste momento”.

Segundo Barata, “o investimento que foi feito ao longo destes anos na Azores Airlines descurou o investimento que era preciso ter sido feito na distribuição de passageiros interilhas e este é um dos problemas, e é uma coisa da qual ninguém fala, porque toda a gente quer é voos diretos de Lisboa – não sei se é para ir à Primark ou se é para ir a uns jogos de Benfica ou de Sporting –, mas o que é facto é que toda a gente quer é voo diretos de Lisboa, muitos voos por semana, e depois os políticos têm a tentação e a tendência a agradar a essas massas populistas e acabam por não servir os Açores e os Açorianos que, no fim de contas, são aqueles que precisam de emprego, são aqueles que precisam de crescer os seus negócios para criarmos escala na economia e riqueza, que possibilitam ao Governo uma cobrança de impostos sem ser com cargas fiscais pesadas para fazermos face à despesa corrente que é uma coisa que a Região não consegue assegurar neste momento”.

Por outro lado, prosseguiu Nuno Barata, “a falta de habitação no arquipélago não é do alojamento local”, antes “a culpa da falta de habitação é do excesso de regulação, do excesso de problemas que criaram às pessoas, aos empreendedores, e, principalmente, uma responsabilidade enorme que as Câmaras Municipais têm e os Governos Regionais que, ao longo destes anos, não olharam para o setor da habitação como um setor que carecia de investimento público, nomeadamente a habitação para aqueles que mais precisam, que são os que não conseguem ter acesso a uma habitação de custo médio”.

Nuno Barata registou, por fim, que reuniu com empresários do Alojamento Local porque ouvir “é uma das coisas que a maioria dos políticos, muitas vezes, não consegue fazer. Ouvir, tirar ilações, ter a coragem de dizer às pessoas que nem tudo aquilo que reivindicam pode estar dentro da nossa ideologia, explicar que é possível ou não fazer quando existem outras prioridades, mas, acima de tudo, há aqui a preocupação de garantir que se deixa de ostracizar os investimentos no alojamento local que, muitas vezes, alguns autarcas, alguns políticos tentam fazer, nomeadamente quando há necessidades de habitação”.

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