outros modificados ou adiados. Essa constante incerteza e incumprimento de prazos coloca em causa a produção cultural nos Açores”, disse, referindo que os agentes culturais protestam sobre “todos estes constrangimentos”.

Para António Lima, “investir na cultura é investir numa sociedade mais resiliente, mais coesa” e isso é “determinante para a própria democracia”.

No debate, a socialista Marta Matos disse que, “se há uma área em que esta governação se revelou um autêntico falhanço e um autêntico desastre foi na cultura”.

“Os senhores falharam todos os compromissos assumidos com os agentes culturais”, afirmou, acrescentado que “todos os dias” se ouvem críticas de agentes culturais e associações relativamente às dificuldades que enfrentam “por falta de apoio do Governo Regional”.

Pelo PSD, o deputado Joaquim Machado salientou, entre outros aspetos, que o financiamento público da cultura deve ser feita de forma complementar “para enriquecer a capacidade que já existe no terreno, que os agentes culturais, mais ou menos organizados ou de forma espontânea, são capazes de produzir, não é para depender do subsídio”.

O parlamentar do Chega José Pacheco alertou que é necessário olhar para a cultura “de forma muito lata” e referiu que “tudo tem de ser medido com retorno para a sociedade”.

Por fim, para o deputado Nuno Barata (IL) o grande risco da subsidiação da cultura é “condicionar o pensamento dos agentes culturais”.

A secretária Regional da Cultura, Sofia Ribeiro, explicou a situação atual do setor na região e deu conta dos apoios atribuídos pelo executivo aos vários agentes culturais, indicando que foram realizadas reuniões em todas as ilhas.

A governante rejeitou que o setor não esteja a ser apoiado pelo Governo Regional e comparou apoios atribuídos em 2019 (pelo então executivo socialista) e este ano: “Em 2019, o governo de então, apoiou com o RJAC em pouco mais de 700 mil euros. Em 2024 nós estamos a apoiar em quase um milhão e 400 mil”.

O deputado do PPM João Mendonça proferiu também hoje uma declaração política onde falou da importância da diáspora e indicou que a ilha do Corvo, a mais pequena do arquipélago, que tem cerca de 400 habitantes, “tem vindo a recuperar demograficamente com o regresso de algumas famílias”, incluindo algumas que emigraram para os Estados Unidos.

O secretário Regional dos Assuntos Parlamentares e Comunidades, Paulo Estêvão, aproveitou o momento para falar de algumas medidas do executivo relacionadas com a diáspora, como o reforço do apoio às associações e o estudo do arquivo das comunidades.

Também serão abertas novas Casas dos Açores onde as comunidades açorianas “são significativas”, como no Havai e no Brasil, anunciou.

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