O parlamento dos Açores aprovou hoje por unanimidade um voto de pesar pelos cinco militares da GNR que morreram em agosto na sequência da queda de um helicóptero de combate a incêndios florestais no rio Douro.

O presidente da Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores (ALRAA), Luís Garcia, que fez a leitura do voto de pesar, subscrito por todos os grupos parlamentares, referiu que os militares “personificavam o espírito de sacrifício e dedicação que caracteriza a GNR, arriscando diariamente as suas vidas para cumprir” a sua “nobre missão”.

“Diante deste trágico acontecimento, prestamos homenagem ao valor e à coragem dos cinco militares que deram as suas vidas ao serviço da nação”, disse.

Os profissionais, referiu, “não apenas cumpriram o seu dever com uma entrega total, mas também encarnaram o verdadeiro significado de abnegação e amor à pátria”.

Segundo o texto, “o seu exemplo de bravura, dedicação e sentido de dever será sempre lembrado com profundo respeito e admiração” e “a sua memória continuará a inspirar as futuras gerações que servem Portugal, comprometidos com a segurança e o bem-estar” das comunidades.

“O trabalho desenvolvido pelos membros envolvidos nestas operações, especialmente no contexto do combate aos incêndios florestais, é de uma importância incalculável. Como parte da GNR, e especificamente da Unidade de Emergência de Proteção e Socorro, estes homens desempenham um papel fundamental no combate a esta ameaça, colocando-se na linha da frente para salvaguardar vidas de pessoas e animais e proteger o património”, salientou ainda o líder da ALRAA.

O helicóptero caiu no rio Douro no dia 30 de agosto, próximo da localidade de Samodães, Lamego, transportando um piloto e uma equipa de cinco militares da Unidade de Emergência de Proteção e Socorro.

A equipa regressava ao Centro de Meios Aéreos de Armamar, onde estava sediada, vinda de um fogo no concelho de Baião.

O piloto da aeronave foi resgatado com vida, apenas com ferimentos ligeiros. Ainda nesse, foram localizados os corpos de quatro militares. O quinto foi localizado no dia seguinte, depois de intensas buscas no local.

O piloto do helicóptero disse ter observado, antes do acidente, uma ave de médio porte na mesma linha de voo, obrigando a “um desvio”, mas a investigação ainda não determinou onde executou essa manobra.

Os dados constam de uma Nota Informativa divulgada no dia 03 deste mês pelo Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves e de Acidentes Ferroviários (GPIAAF), a que a agência Lusa teve acesso, com as primeiras evidências do acidente.

Este organismo refere que “no voo de regresso à base de Armamar (Viseu) a aeronave iniciou uma descida constante, onde sobrevoou a margem esquerda (sul) do rio Douro em direção à cidade de Peso da Régua”.

A ALRAA aprovou também hoje por unanimidade dois votos de pesar pela morte de Renato Moura, a 28 de agosto, com 74 anos.

Renato Moura foi deputado pelo PSD no parlamento regional e dirigente do PSD/Açores. Também liderou a Assembleia Municipal de Santa Cruz das Flores e chegou a ser presidente da Comissão Diretiva Regional do CDS-PP e vice-presidente do partido nos Açores.

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