O Chega considerou hoje um “retrocesso” a indicação de Piedade Lalanda para presidente do Conselho Económico e Social dos Açores (CESA), criticando não ter tido “conhecimento antecipado” da escolha e defendendo a recondução do presidente cessante.

“O Chega considera que a escolha de Piedade Lalanda para liderar o CESA é um retrocesso, porque acredita que será dado maior enfoque às questões sociais como é apanágio do PS”, defende o partido num comunicado.

Na terça-feira foi anunciado que a professora universitária Piedade Lalanda vai ser a nova presidente do CESA, uma escolha “consensualizada” entre PSD e PS nos Açores, segundo anunciaram os líderes regionais dos partidos.

Hoje, o Chega “repudia o facto de não ter tido conhecimento antecipado da escolha” da também ex-governante do PS/Açores para a liderança do CESA, destacando que “apenas teve conhecimento pela comunicação social”.

“É uma pessoa a quem não reconhecemos currículo na área económica, que é fundamental para o momento atual da nossa região, onde precisamos de desenvolvimento económico”, afirmou o líder parlamentar do Chega/Açores, José Pacheco, citado na nota de imprensa.

O partido defende que o presidente cessante daquele conselho, Gualter Furtado, “estava a fazer um bom trabalho”, tratando-se de “uma pessoa que conhece bem a área económica e o desenvolvimento da região”.

O Chega diz “estranhar que Gualter Furtado não tenha sido reconduzido no cargo” e considera  a escolha de Piedade Lalanda como “mais uma prova de que PSD e PS podem governar os Açores como quiserem, contra a vontade popular”.

 “Se é por uma questão meramente aritmética, afinal não precisam do Chega. Se é isso que querem, têm de afirmar abertamente que é esse o caminho”, avisou José Pacheco.

O economista Gualter Furtado tomou posse em julho de 2019 como primeiro presidente do CESA.

Após o anúncio de PSD e PS sobre a nova liderança do CESA, Gualter Furtado enviou um comunicado onde diz que sai com a “consciência de dever cumprido”.

“O CESA nestes cinco anos foi um órgão da autonomia regional que desenvolveu a sua missão, as funções a que estava obrigado, sempre numa base independente, com um espírito crítico e de cooperação com os órgãos de governo próprio dos Açores, cumprindo com as suas obrigações de aconselhamento, pronunciamento e arbitragem”, escreveu Furtado, que foi secretário regional de um Governo Regional liderado pelo PSD/Açores.

O também presidente do conselho de administração do Novo Banco dos Açores afirmou que procurou “sempre respeitar os parceiros sociais” e colocar na “agenda os grandes constrangimentos e deságios que se colocam à sustentabilidade” da região.

“Abrimos o CESA à sociedade civil como era nossa obrigação. Temos a consciência do dever cumprido na defesa dos superiores interesses dos Açores e da sociedade”, afirmou Gualter Furtado, dando nota de que a sua atividade “teve um custo de zero cêntimos para a despesa” do CESA.

Na terça-feira, o presidente do Governo Regional e do PSD/Açores, José Manuel Boleiro, defendeu que “se deveria abrir aqui um novo ciclo sobre a perspetiva e perfil do mandato do CESA mais ligado às questões sociais”.

Já o presidente do PS/Açores, Francisco César, considerou ser “importante dar uma ênfase social ao CESA” em matérias como a pobreza, a segurança social, a educação”, daí a escolha de Piedade Lalanda, que tem um “trabalho cívico reconhecido” e “uma intervenção política muito importante”.

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