O parlamento dos Açores aprovou hoje por unanimidade um voto de pesar pela morte do advogado e político Álvaro Monjardino, o primeiro presidente daquele órgão, e recordou o contributo para a fundação e consolidação da autonomia.

O presidente da Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores (ALRAA), Luís Garcia, que fez a leitura do voto de pesar, no arranque do primeiro plenário após as férias de verão, afirmou que Álvaro Monjardino se destacou “pela sua liderança firme e pelo seu compromisso inabalável com o serviço público”.

“O seu contributo na fundação e consolidação da autonomia dos Açores e na defesa dos interesses regionais foi amplamente reconhecido, refletindo a sua dedicação exemplar à causa pública. O seu legado, marcado pela firmeza de caráter e pela integridade, continuará a inspirar as gerações presentes e futuras”, acrescentou.

O líder da ALRAA também referiu que a sua “contribuição inestimável para a história dos Açores e para o fortalecimento das suas instituições” será lembrada “com profundo respeito e admiração”.

O social-democrata e antigo presidente da ALRAA morreu no dia 16 de agosto, aos 93 anos, na ilha Terceira.

Álvaro Monjardino nasceu em 06 de outubro de 1930, na freguesia da Conceição, em Angra do Heroísmo, e morreu na sexta-feira na sua terra natal.

Licenciado em Direito, foi filiado no PSD e exerceu vários cargos políticos, como deputado à Assembleia Legislativa Regional na I e II legislaturas (pelo círculo eleitoral da Graciosa) e na III legislatura (pelo círculo eleitoral da Terceira), tendo sido eleito presidente do parlamento açoriano nas duas primeiras legislaturas (1976/1978 e 1979/1984).

Foi ainda vogal da Junta Regional dos Açores, na área da Coordenação Económica e Finanças, e ocupou o cargo de ministro-adjunto do primeiro-ministro no IV Governo Constitucional, chefiado por Carlos Mota Pinto (1978-1979).

Álvaro Monjardino foi também presidente da direção do Instituto Histórico da Ilha Terceira (1984-1999), sócio correspondente da Academia Portuguesa de História e um dos “principais obreiros” do processo que levou à classificação do centro histórico da cidade de Angra do Heroísmo como Património da Humanidade na lista da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO, na sigla em inglês).

Em 03 de setembro de 2021, por ocasião das comemorações dos 45 anos da autonomia regional, foi homenageado pela Assembleia Legislativa na inauguração da biblioteca do parlamento açoriano – designada desde essa data por Biblioteca Álvaro Monjardino -, numa cerimónia presidida pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.

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