Fez, esta semana, 50 anos da legalização do direito à greve. É comum ouvir comentadores muito bem pagos dizerem que é coisa do passado, que é ineficaz, que devia ser numa altura mais conveniente… Se tivessem razão, não haveria as pouco democráticas limitações à greve, nomeadamente com serviços mínimos desproporcionais, decretados por governos que desvalorizam, nos outros dias, aqueles serviços!

A greve é sempre o último recurso para cada trabalhador exigir a melhoria das suas condições de vida e recusar desigualdades – e não faltam exemplos a mostrar a importância desta forma de luta. Foi fazendo greve que, em 2018, os funcionários públicos recuperaram as suas carreiras e o tempo congelado. Foi com as greves dos últimos 6 anos que os professores e educadores recuperaram o seu tempo de serviço. É recorrendo à greve que se conseguem aumentos salariais em tantas empresas! Nos Açores, foi através da greve que, em 2019, os professores conquistaram o seu tempo de serviço. Foi a greve que obrigou o governo regional a negociar com os enfermeiros.

Durante a ditadura, as greves estavam proibidas e foram sempre violentamente reprimidas, mas foram um dos principais meios para enfrentar o fascismo e conquistar direitos. A conquista da greve legal só foi possível com o 25 de Abril, no governo de Vasco Gonçalves, primeiro-ministro inteiramente comprometido com os ideais da Revolução.

Não, este não é um direito do passado. Foi com a greve que conquistámos dias de trabalho com 8 horas, em vez das 16 horas. Ou o direito a férias pagas, ao subsídio de férias e de Natal, a salários mais dignos e ao trabalho com direitos! Não faltam exemplos a mostrar que, sem a greve, o nosso presente seria bem pior. Mas, mais importante que isso, a História ensina-nos que a greve contribuirá para um futuro melhor: mais justo, mais equilibrado, mais solidário, mais desenvolvido!

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