O autarca de Ponta Delgada e o reitor do Santuário do Senhor Santo Cristo defenderam hoje o reforço da segurança na cidade para evitar situações como ocorrida na segunda-feira, quando um homem foi esfaqueado na via pública.

A agressão de um homem de 35 anos, com uma arma branca, aconteceu na segunda-feira, pelas 12:30 locais (13:30 em Lisboa), junto do edifício do Santuário do Senhor Santo Cristo dos Milagres, no Campo de São Francisco, no centro de Ponta Delgada, na ilha de São Miguel, tendo a vítima necessitado de receber tratamento hospitalar devido aos ferimentos.

O Comando Regional da PSP dos Açores adiantou hoje à agência Lusa que tomou conta da ocorrência, através da esquadra de Ponta Delgada, e que comunicou os factos ao Ministério Público.

Questionado hoje pela Lusa sobre o assunto, o presidente da Câmara Municipal de Ponta Delgada, Pedro Nascimento Cabral (PSD), manifestou preocupação “com a falta de agentes da PSP” para que seja proporcionado “um maior sentimento de segurança” aos cidadãos.

“Não estamos a colocar em causa o grande esforço que tem sido feito pela PSP na proteção da nossa comunidade […], mas também é real a nossa preocupação com a falta de agentes da PSP para trazer um maior sentimento de segurança aos nossos cidadãos, com os tão desejados patrulhamentos a pé ou mesmo de carro, em determinados locais e a determinadas horas, numa cidade onde a esquadra de polícia tem de estar aberta, permanentemente aberta, durante a noite”, afirmou.

Pedro Nascimento Cabral referiu que “têm sido inúmeras” as abordagens de cidadãos e empresários que dão conta de “profunda preocupação com o aumento do alcoolismo, toxicodependência e criminalidade” na cidade e concelho e “da ausência de respostas das entidades públicas e das autoridades policiais”.

“A população de Ponta Delgada não se conforma com esta situação, em que a Câmara Municipal se assume com parceiro imprescindível na concretização de ações que contribuam para aumentar a segurança no nosso concelho”, salientou.

Das várias medidas tomadas pela autarquia, Pedro Nascimento Cabral referiu a reativação do Conselho Municipal de Segurança e a assinatura de um protocolo com a PSP, para instalação de um sistema de videovigilância em diversas artérias do centro histórico, que “está presentemente a aguardar aprovação pelo Governo da República”.

Também foi reforçada a Polícia Municipal com mais 13 agentes, “que estão atualmente em formação e vão iniciar funções a partir de outubro, para efetuar um trabalho de proximidade com a população do concelho, mantendo uma estreita ligação com a PSP, para dissuadir a prática da denominada pequena criminalidade intimamente ligada ao consumo das ditas ‘drogas sintéticas’”, acrescentou.

O autarca deu ainda nota, por escrito, ao Ministério da Administração Interna, “da necessidade de reforço urgente de 75 agentes da PSP para colocação imediata nas diversas esquadras do concelho”.

Na semana passada, Pedro nascimento Cabral esteve também reunido com a ministra da Administração Interna, tendo reforçado “a necessidade de melhorar a segurança pública” no concelho.

Em comunicado, o reitor do Santuário do Senhor Santo Cristo dos Milagres, Manuel Carlos Alves, também apelou a um reforço da segurança pública no local.

“A segurança pública está a falhar e a polícia poderá não estar a cumprir plenamente as suas competências. Julgo que o problema não é das leis mas da forma como as lemos”, afirma o responsável, citado numa nota divulgada do sítio da Internet Igreja Açores.

O sacerdote aponta que a agressão ocorrida na segunda-feira aconteceu em plena luz do dia, numa rua e num lugar movimentados, apelando a um “compromisso de todos” para que o problema seja resolvido.

“As pessoas não podem viver com medo”, diz Manuel Carlos Alves, sublinhando que as “autoridades têm de cumprir as suas funções de proteger a segurança dos cidadãos e dos espaços públicos”.

PUB